Qui, 31 de Janeiro de 2013 10:34 por: cnbb
Dom Demétrio Valentini
Bispo de Jales (SP)
Bispo de Jales (SP)
Tão fácil não será esquecida a cena que
logo foi difundida pelo mundo. De um momento para outro, em questão de minutos,
o que era uma festa alegre e descontraída, se tornou um desastre de
consequências terríveis e inesperadas. Mais de duzentas pessoas acabaram
morrendo subitamente, mal tendo tempo para se darem conta da fatalidade que se
abatia de repente sobre elas.
Perderam a vida, lá onde tinham ido
para comemorá-la. De repente, o que devia ser um ambiente seguro e propício
para a alegria e o divertimento, se tornou uma terrível armadilha, de onde foi
difícil escapar, mesmo para aqueles que conseguiram sair de suas garras.
Diante de um fato trágico como este,
que implicou a morte de centenas de pessoas, num primeiro momento nos invade o
sentimento de impotência, face a realidades que impiedosamente vão ceifando
pessoas, tirando-lhes o dom mais precioso, imprescindível, e insubstituível,
que é a própria vida.
A difusão da notícia foi suscitando um
turbilhão de sentimentos. Todos nos imaginamos como teria sido diferente se em
tempo o incêndio pudesse ter sido evitado. Teria sido tão fácil agir com
antecedência, ficou tão difícil enfrentar as consequências.
Esta constatação faz logo pensar na medida indispensável que precisa sempre ser tomada, de prevenção adequada a ser feita, com a suficiente garantia e com medidas generosas, mesmo que pareçam exageradas quando vistas fora de nossas previsões de acidentes inesperados que possam acontecer.
Esta constatação faz logo pensar na medida indispensável que precisa sempre ser tomada, de prevenção adequada a ser feita, com a suficiente garantia e com medidas generosas, mesmo que pareçam exageradas quando vistas fora de nossas previsões de acidentes inesperados que possam acontecer.
Esse fato deixará certamente muitas
lições práticas, a serem tiradas por todos. De maneira especial pelas
autoridades encarregadas de urgirem a segurança em qualquer ambiente de
aglomeração humana.
Mas antes de pensar nas providências que esta tragédia vai certamente despertar, todos nos sentimos ainda envolvidos e solidários com as pessoas que mais de perto estão agora experimentando a dureza deste drama que se abateu sobre elas, de maneira tão terrível e inesperada.
Mas antes de pensar nas providências que esta tragédia vai certamente despertar, todos nos sentimos ainda envolvidos e solidários com as pessoas que mais de perto estão agora experimentando a dureza deste drama que se abateu sobre elas, de maneira tão terrível e inesperada.
Para os que morreram, podemos ter uma
certeza iluminadora, seja qual for a forma que toma nossa fé e nossa esperança.
Com serenidade, para eles, podemos cultivar a certeza de que terão se
encontrado com o Deus da vida, que os acolheu com misericórdia, ternura e
bondade, fazendo com que passassem diretamente da festa nesta vida, para o
banquete definitivo, mesmo que isto tenha acontecido em hora tão inesperada.
Esta certeza a respeito de todos os
falecidos nesta tragédia, serve de principal conforto para os sobreviventes,
seja os que estavam na festa e conseguiram sobreviver, seja para as famílias,
para os parentes e amigos dos falecidos.
Assim mesmo, sabemos que a dor persiste e vai ser levada para a vida inteira. E diante desta dor humana, a melhor atitude é o respeito, o silêncio, e a solidariedade com todos e cada um.
Assim mesmo, sabemos que a dor persiste e vai ser levada para a vida inteira. E diante desta dor humana, a melhor atitude é o respeito, o silêncio, e a solidariedade com todos e cada um.
São muitas as reflexões que este triste
acontecimento suscita. Ainda mais diante do fato de ter envolvido especialmente
jovens, neste ano em que a Campanha da Fraternidade tem como tema a juventude,
e como evento principal o encontro mundial do Papa com os jovens, aqui no
Brasil.
A seu tempo, estas reflexões precisarão
ser bem recolhidas, para serem transformadas em lições de vida.
Impressiona a constatação de que a
grande maioria das vítimas deste incêndio, não morreu queimada. Morreu por
inalar fumaça tóxica produzida pelo fogo. Esta circunstância é carregada de
simbolismo. Quando se queimam valores, se abandonam critérios éticos, se
esquecem recomendações da prudência e da sabedoria tradicional, o perigo mora
nas consequências! Parece inócuo prescindir destas referências. Mas a seu tempo
o resultado se manifesta.
É urgente identificar onde mora na
sociedade de hoje a fumaça tóxica que ceifa vidas e impede sua realização
plena. Que este triste episódio de Santa Maria sirva de alerta a todos.
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