Qua, 20 de Fevereiro de 2013 11:35 por: cnbb
Dom Aloísio Roque
Oppermann
Arcebispo Emérito de Uberaba (MG)
Arcebispo Emérito de Uberaba (MG)
A renúncia ao cargo de Sumo Pontífice
da grei católica, anunciada por Bento XVI, “revelou os segredos de muitos
corações”. Muitos dos que são dos nossos, fazem coro uníssono com aqueles
que querem prescrever à Igreja o que ela deve fazer e o que não deve.
Entre os
que detestam a Santa Igreja de Deus, é natural que queiram descobrir milhões de
motivos tenebrosos para explicar a sua “decadência”, os seus intermináveis
caminhos equivocados (segundo a sua ótica), e a prescrição minuciosa para
sermos uma Igreja moderna, “autêntica”, e aberta. Segundo esses imperativos
categóricos, seria tão simples ser a Igreja de Jesus Cristo. Seria só
necessário tirar dos ombros dos fiéis a carga das prescrições morais. Precisa
vir um Papa “corajoso” que torne a religião tão leve que dispense qualquer
esforço. Seria quase como querer ser rico sem trabalhar.
Na televisão mineira, numa mesa
redonda, apareceu o Pe. Godoy, bastante propenso a demonstrar os “erros”
da instituição eclesial. Veio acompanhado por dois teólogos leigos, por
sinal de ótima qualidade. O Padre, por ter falado a um grande público, deve ter
pensado nas conseqüências, e por isso me sinto autorizado em nomeá-lo. O homem
falou de um modo muito azedo sobre João Paulo II, sobre Bento XVI e certos
Cardeais. A sua conversa se tornou parecida com a de um líder religioso
anti-ecumênico. Sua visão de Igreja supõe que seus líderes vivem de intrigas,
de busca insaciável do poder, numa ausência completa de escrúpulos. Nessa visão
não há o mínimo espaço para o Divino Espírito Santo. Seria uma pura obra
humana, evidentemente, das piores. O que me causa espécie é perceber que certos
meios de comunicação não costumam chamar, a programas de repercussão, pessoas
firmes na vivência eclesial. Preferem os “dissidentes”, porque eles dão ibope.
Não lhes interessa se o circo pega fogo. Tais Presbíteros deveriam se lembrar
de que são “Oficiais” da Igreja. Nenhuma Prefeitura ficará com um funcionário
que critica publicamente a instituição. Já tive meus anos de admiração pelo
desempenho pastoral do Pe. Godoy. Tenho esperança de que ele “retome o caminho
de antes” (Apoc 2, 5). Assim ele me causa tristeza.
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