Qui, 21 de Fevereiro de 2013 15:36 por: cnbb
Ao proclamar o Ano da Fé, o papa Bento
XVI publicou a carta apostólica Porta Fidei, em 11 de outubro de 2011. No
texto, ele recorda que o centro da atenção eclesial deve estar no encontro com
Jesus Cristo e na beleza da fé nele. “Só acreditando é que a fé cresce e se
revigora; não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida,
senão abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta cada
vez maior, porque tem sua origem em Deus”.
Retomando a celebração do cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, e os vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, o papa vê essa oportunidade como ocasião para que a Igreja se renove, especialmente através do testemunho de vida de quem crê. “De fato, os cristãos são chamados a brilhar, com sua própria vida no mundo, a Palavra de verdade que o Senhor Jesus nos deixou (...). Nessa perspectiva, o Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo”.
O desejo do Santo Padre é de que o Ano
da Fé suscite, em cada cristão, o desejo de confessar a fé plenamente e com
renovada convicção, com confiança e esperança. “Esperamos que o testemunho de
vida dos crentes cresça na sua credibilidade. Descobrir novamente os conteúdos
da fé professada, celebrada, vivida e rezada e refletir sobre o próprio ato com
que se crê é um compromisso que cada crente deve assumir”.
Ao delinear o percurso que o cristão
deve fazer para compreender o conteúdo da fé, o papa elenca aspectos
importantes da unidade entre o ato com que se crê e os conteúdos a que damos
assentimento. “O professar com a boca indica que a fé implica um testemunho e
um compromisso públicos”. Desta forma, a profissão de fé se torna um ato
simultaneamente pessoal e comunitário. “De fato, o primeiro sujeito da fé é a
Igreja”.
Bento XVI também assinala na carta que
o Catecismo da Igreja Católica é um verdadeiro instrumento de apoio da fé, sobretudo
para quem tem a incumbência da formação dos cristãos. “De fato, em nossos dias
mais do que no passado, a fé vê-se sujeita a uma série de interrogações, que
provêm de uma mentalidade divergente que hoje, de forma particular, reduz o
âmbito das certezas racionais ao das conquistas científicas e tecnológicas. A
Igreja, porém, nunca teve medo de mostrar que não é possível haver qualquer
conflito entre fé e ciência autêntica, porque ambas, embora por caminhos
diferentes, tendem para a verdade”.
Por fim, o papa recorda que o Ano da Fé
é uma ocasião de intensificar o testemunho da caridade. “A fé sem caridade não
dá fruto, e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê da
dúvida. Fé e caridade reclamam-se mutuamente, de tal modo que uma consente à
outra realizar seu caminho. De fato, não poucos cristãos dedicam amorosamente
sua vida a quem vive sozinho, marginalizado ou excluído, considerando-o como o
primeiro a quem atender e o mais importante a socorrer, porque é precisamente
nele que se espelha o próprio rosto de Cristo”.
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