Cardeal Dom Odilo Scherer, muito obrigado pela sua mensagem de esperança para nós, os Catequistas e todo o povo de Deus. suas palavras nos trazem muita coragem! ZéCA
"...Lugar de destaque na nova evangelização devem ter a Liturgia, fonte e cume de toda ação da Igreja, especialmente a Eucaristia dominical; o anúncio abundante da Palavra de Deus, com destaque para a homilia e a catequese; o Sacramento da Penitência deverá ser valorizado mais, assim como as devoções e a religiosidade popular, mediante as quais a fé é cultivada e transmitida."
Seg, 22 de Outubro de 2012 08:43 por: cnbb
Cardeal Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo (SP)
Terminada a 2ª. semana de trabalhos da
13ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, sobre a "_nova
evangelização para a transmissão da fé cristã_", já é possível perceber os
rumos do caminho da Igreja nos próximos anos. O fruto do trabalho realizado
pela Assembleia sinodal será
agora traduzido numa Mensagem e nas propostas
finais, que serão entregues ao Papa; foi ele que convocou o Sínodo para ouvir
os bispos e demais participantes sobre o tema em pauta, sobre o qual ele fará,
depois, a Exortação pós-sinodal.
Uma primeira constatação é que há uma
urgente necessidade de uma nova evangelização, não apenas porque há tantos
fatores novos e desafiadores postos à missão da Igreja, mas porque, exatamente,
a missão primeira da Igreja é evangelizar e ela deve fazê-lo, proclamando o
Evangelho de forma renovada para o mundo mudado. Não podemos pressupor que
todos já estejam evangelizados, nem que o mundo inteiro já foi iluminado pela
Boa Nova de Cristo. Vamos evangelizar de novo, pois esta é nossa missão; e
temos algo de muito precioso para anunciar e compartilhar com os homens do
nosso tempo!
A nova evangelização deve levar em
conta a diversidade das situações em que se encontram as pessoas em relação à
fé cristã: há quem crê e pratica a fé, mas precisa ser estimulado a crescer, a
perseverar e a realizar as obras da fé; há quem foi batizado mas nunca foi
evangelizado, ou apenas superficialmente, necessitando de um forte anúncio
querigmático e de um itinerário de formação e amadurecimento na fé; e há os que
estão distantes da fé cristã e da Igreja de Cristo, necessitando do primeiro
anúncio e do conseqüente itinerário de crescimento e amadurecimento na fé
cristã. Isso requer uma revisão nos métodos de evangelização e pastoral - uma
verdadeira "conversão pastoral".
Na evangelização, temos que contar
sempre com a graça de Deus, que tem a primeira iniciativa e vem ao encontro do
homem; por isso, a evangelização não depende tanto de métodos e recursos
técnicos em profusão, quanto de evangelizadores santos, que tenham uma profunda
experiência de Deus e vivam em comunhão com Ele. Muitas foram as observações
dos Padres Sinodais sobre a necessidade da boa formação, amor à Igreja e ardor
missionário da parte dos evangelizadores. Diversas vezes também foi observado
que o exemplo dos santos pode ser de grande ajuda para a nova evangelização:
eles foram sempre os evangelizadores mais eficazes ao longo da História,
sobretudo em períodos de crise na Igreja. No domingo das missões, dia 21 de
outubro, o Papa Bento XVI proclamou mais 7 santos da Igreja e lembrou a vida e
a obra dos santos, como fatos de evangelização.
Lugar de destaque na nova evangelização
devem ter a Liturgia, fonte e cume de toda ação da Igreja, especialmente a
Eucaristia dominical; o anúncio abundante da Palavra de Deus, com destaque para
a homilia e a catequese; o Sacramento da Penitência deverá ser valorizado mais,
assim como as devoções e a religiosidade popular, mediante as quais a fé é
cultivada e transmitida. Destacada foi a referência à paróquia, como expressão
concreta e indispensável da comunidade de fé, espaço para a evangelização, as
manifestações da vida eclesial e da comunhão na mesma fé, esperança e caridade.
As pequenas comunidades, nas suas múltiplas formas, foram apontadas como
importantes expressões de vida eclesial e lugares para o cultivo e a
transmissão eficaz da fé cristã.
O Sínodo trata com sereno realismo da
atual situação da transmissão da fé, mas também com esperança; o primeiro
interessado no anúncio da Boa Nova é sempre o Espírito Santo, que também vai
indicando à Igreja os modos como ela o deve fazer sempre de novo. Mais do que
nunca, devemos ouvir hoje o que o Espírito diz à Igreja (cf Ap 2,29).
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