sábado, 20 de outubro de 2012

Recordando: Eleições/2012 em Petrolina/PE


Sobre a participação política dos católicos nas eleições - Carta do Bispo Diocesano Dom Manoel dos Reis de Farias -
Sobre a participação política dos católicos nas eleições - Carta do Bispo Diocesano Dom Manoel dos Reis de Farias - sábado, 6 de outubro de 2012
Diocese
SOBRE A PARTICIPAÇÃO POLÍTICA DOS CATÓLICOS NAS ELEIÇÕES       

                Neste ano realizam-se eleições muncipais em todos os municípios brasileiros. Trata-se de uma oportunidade de renovação da vida política administrativa e legislativa local. 
                A importância destas eleições coloca um grande desafio para
os cristãos, podendo ter a igreja católica grande influência na motivação de uma renovação política que possibilite as motivações necessárias no país. A igreja católica não tem partidos ou candidatos, em vista de sua nobre missão, de ser continuadora da missão de Jesus. “Pai que todos sejam um”. Desejo: que o bom Deus vos torne aptos para todo o bem, a fim de fazerdes sua vontade (Hb 13,21). No entanto, adquirimos na igreja do Brasil uma consciência relativamente forte não só da oportunidade, mas até mesmo da necessidade do engajamento político cristão decorrente de sua fé.
                A experiência nos tem mostrado que o exercício da política, apesar dos reveses, é carregado de esperança. Pois continuamos a considerar a gestão publica uma “nobre” arte. Continuamos confiando em eleições sempre mais seletivas, e em pessoas sempre mais bem preparadas e bem intencionadas. 
                Assim, o otimismo de Paulo VI frente à política, chega a ser uma expressão de confiança nos homens e mulheres de nosso tempo, quando afirma que “A política pode ser uma das melhores expressões da caridade fraterna”. 
                O voto é uma forma especial de participar das escolhas políticas. Por meio dele, cada pessoa dá sua própria contribuição a construção do bem comum; portanto, de modo algum é lícito vende-lo ou troca-lo por favores pessoais. “Voto não tem preço, tem consequências”. Considere-se, portanto, a importância do voto para a construção de uma realidade justa.
                 Para assim agir, faz-se necessário observar as propostas que cada candidato e seu partido têm e se não coerentes com o bem comum. Todos têm acompanhado os escândalos de corrupção por alguns políticos, com os desvios de verbas que seriam para a saúde, educação, moradia. Portanto, use seu voto como exercício de sua cidadania, em prol da vida e da democracia.
                 E católicos atuantes na igreja podem ser candidatos! É claro que podem, sim. O que não deve acontecer é misturar política com religião. O que não pode e querer e achar que todos os membros de suas pastorais votem neste ou naquele candidato. O que não pode também é querer trazer seus partidos para dentro da igreja, na intenção de colher votos. O voto é livre!
                 A igreja não faz restrição à política do laicato. Reconhecendo a importância desse engajamento, ensinou João Paulo II (Christifideles laici,42): “... os fieis leigos ... têm o direito e o dever de participar na política embora em diversidade e complementaridade de formas, níveis [...].”
                 É louvável a também participação dos leigos engajados em ministérios especiais na comunidade. O católico pode entrar na política para defender os valores cristãos: para defender a vida desde sua concepção até o seu ocaso natural: e ainda, para defender a família, segundo o plano de Deus.
             Porém, aos candidatos que exercerem algum tipo de ministério especial na igreja, caso, por exemplo, de coordenadores de comunidades, ministro extraordinários da comunhão, pedimos entregar os cargos durante o pleito para evitar conflitos desnecessários. Aqui pensamos na igreja como ponte de unidade.
 
                O católico leigo preparado pode e deve entrar na política não, primeiramente, como meio de ganhar bom salário e privilégios, mas sobretudo, para fazer da política aquilo que ela é: “arte do bem comum”.
                Encerrado o processo eleitora, cada um deve fazer uma reflexão sobre o assunto e procurar acompanhar a trajetória dos vencedores com atenção, mas também com oração. E aqui nos lembramos de S. Paulo quando exortou: ”Peço que façam súplicas orações, intercessões e ação de graças, por todas as pessoas, pelos reis e autoridades em geral, para que levem uma vida calma, tranqüila, com toda piedade e dignidade” (Tm 2,1-2).
 


          Petrolina, 19 de julho de 2012

           D. Manoel dos Reis de Farias e Conselho Presbiteral

 Fonte: www.diocesedepetrolina.org.br

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