Qui, 18 de Outubro de 2012 11:46 por: CNBB
Dom Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
O Papa Bento XVI, sabiamente, instala
nas comemorações da abertura do Cinquentenário do Concílio Ecumênico Vaticano
II e o vigésimo ano do Catecismo da Igreja Católica o “ANO DA FÉ”. Este evento
será celebrado de 11 de outubro de 2012 a 24 de novembro de 2013. É mais uma
oportunidade para que os católicos voltem um olhar mais apurado aos valores das
doutrinas, revendo os Documentos do Concílio e as orientações presentes no
Catecismo da Igreja Católica. É um excelente período para o conhecimento dos
valores presentes no depósito da fé. A primeira vez que foi proclamado o “Ano
da Fé” foi em 1967, instalado pelo Servo de Deus Papa Paulo VI, por ocasião do
décimo nono aniversário do martírio dos Apóstolos Pedro e Paulo.
É importante refletir sobre a
necessidade de construir a fé
nos ambientes onde o absolutismo toma conta, lá
onde as pessoas perderam as esperanças, contaminadas por uma cultura laxista e
indiferente. Ver-se-á, então, que a fé vem reforçar os laços humanos e com Deus
para reconstruir a humanidade muitas vezes desorientada pelo abandono dos
valores ensinados por Jesus Cristo.
O Papa Bento XVI chama a atenção dos
cristãos: têm “maior preocupação com as consequências sociais, culturais e
políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto
óbvio da sua vida diária”. (Porta Fidei, 2). Ele lembra também que onde a fé é
viva, a cultura cristã não se torna passado.
Trata-se de se recuperar um olhar para
a “fé de sempre” e transmiti-la para as gerações futuras. Por isso, acontece
neste mês em Roma o Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização para a
transmissão da fé cristã. Na História da Igreja, os Papas sempre exortaram o
rebanho de Cristo com Decretos, Bulas, Cartas Apostólicas, Encíclicas e
Mensagens para que os católicos alimentem cada vez mais a fé e a transmitam aos
outros pelo ensinamento e pelo testemunho. É por isto que o Papa Bento XVI
instala com um Decreto – Porta Fidei – este “Ano da Fé”.
As orientações da Congregação para a
Doutrina da Fé colocam que ente as atividades mundiais para se viver neste “ano
da fé” é a Jornada Mundial da Juventude, que teremos a alegria de acolher em
nosso país e em nossa cidade.
Na ocasião da celebração do “Ano da
Fé”, o Papa convida para que os católicos recebam a Indulgência Plenária,
conforme orientações do seu Decreto. Veja abaixo alguns elementos dessa
orientação papal: Ao longo de todo o Ano da Fé, proclamado de 11 de outubro de
2012 até o fim do dia 24 de novembro de 2013, poderão alcançar a Indulgência
Plenária da pena temporal para os próprios pecados, concedida pela misericórdia
de Deus, aplicável em sufrágio pelas almas dos fiéis defuntos, a todos os fiéis
deveras arrependidos, que se confessem de modo devido, comunguem
sacramentalmente e orem segundo as intenções do Sumo Pontífice:
A) Cada vez que participarem em pelo
menos três momentos de pregações durante as Missões Sagradas, ou então em pelo
menos três lições sobre as Atas do Concílio Vaticano II e sobre os Artigos do
Catecismo da Igreja Católica, em qualquer igreja ou lugar idóneo;
B) Cada vez que visitarem em forma de
peregrinação uma Basílica Papal, uma catacumba cristã, uma Igreja Catedral, um
lugar sagrado, designado pelo Ordinário do lugar para o Ano da fé (por ex.
entre as Basílicas Menores e os Santuários dedicados à Bem-Aventurada Virgem
Maria, aos Santos Apóstolos e aos Santos Padroeiros) e ali participarem nalguma
função sagrada ou pelo menos passarem um tempo côngruo de recolhimento com
meditações piedosas, concluindo com a recitação do Pai-Nosso, a Profissão de Fé
de qualquer forma legítima, as invocações à Bem-Aventurada Virgem Maria e,
segundo o caso, aos Santos Apóstolos ou Padroeiros;
C) Cada vez que, nos dias determinados
pelo Ordinário do lugar para o Ano da fé (por ex. nas solenidades do Senhor, da
Bem-Aventurada Virgem Maria, nas festas dos Santos Apóstolos e Padroeiros, na
Cátedra de São Pedro), em qualquer lugar sagrado, participarem numa solene
celebração eucarística ou na liturgia das horas, acrescentando a Profissão de
Fé de qualquer forma legítima;
D) Um dia livremente escolhido, durante
o Ano da fé, para a visita piedosa do batistério ou outro lugar, onde receberam
o sacramento do Batismo, se renovarem as promessas batismais com qualquer
fórmula legítima.
Os Bispos diocesanos ou eparquiais, e
aqueles que pelo direito lhes são equiparados, no dia mais oportuno deste
tempo, por ocasião da celebração principal (por ex. a 24 de novembro de 2013,
na solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo, com a qual será encerrado o Ano
da fé) poderão conceder a Bênção Papal com a Indulgência Plenária, lucrável por
parte de todos os fiéis que receberem tal Bênção de modo devoto.
Os fiéis verdadeiramente arrependidos,
que não puderem participar nas celebrações solenes por motivos graves (como, em
primeiro lugar, todas as monjas que vivem nos mosteiros de clausura perpétua,
os anacoretas e os eremitas, os encarcerados, os idosos, os enfermos, assim
como quantos, no hospital ou noutros lugares de cura, prestam serviço
continuado aos doentes), obterão a Indulgência Plenária nas mesmas condições
se, unidos com o espírito e o pensamento aos fiéis presentes, particularmente
nos momentos em que as palavras do Sumo Pontífice ou dos Bispos diocesanos
forem transmitidas pela televisão e rádio, recitarem em casa ou onde o
impedimento os detiver (por ex. na capela do mosteiro, do hospital, da casa de
cura, da prisão...) o Pai-Nosso, a Profissão de Fé de qualquer forma legítima e
outras preces segundo as finalidades do Ano da fé, oferecendo os seus
sofrimentos ou as dificuldades da sua vida.
Em nossa arquidiocese, os Santuários e
Basílicas já foram escolhidos e divulgados, assim como as solenidades e eventos
desse Ano da Fé. Além disso, a cada mês iremos aprofundar alguns aspectos que
notamos necessitarem de esclarecimentos e estudos entre o nosso povo. Tanto
conferências como reflexões, textos, homilias terão oportunidade de esclarecer
as pessoas sobre a nossa fé e suas razões. Eis que se abre um tempo favorável
para viver e aprofundar a fé. Aproveitemos, portanto, desse tempo propício.
Assim, caríssimos, temos ali presente
esta oportunidade de rever como vivemos os valores aprendidos desde nossa
infância, e como são reproduzidos e testemunhados nos dias de hoje. Chegou o
momento de reforçar em nós a fé e anunciar a boa notícia aos irmãos. Coragem e
fé! Deus os abençoe!
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