Dom, 21 de Outubro de 2012 18:06 / Atualizado - Dom, 21 de Outubro de
2012 18:22 por: CNBB/RADIO VATICANO
Ornada com a imagem de cada um deles,
a Praça São Pedro, em Roma, esteve repleta de peregrinos, membros das
delegações oficiais das terras de proveniência e de trabalho dos beatos
canonizados.A festa foi realizada neste domingo, 21 de outubro.
Da América do Norte às Filipinas,
passando por Espanha, França, Itália e Alemanha até Madagascar, são três homens
e quatro mulheres que, como definiu o Papa Bento XVI, consumiram sua existência
na consagração total a Deus e no serviço generoso aos irmãos.
No Dia Mundial das Missões, em meio
ao Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização e no início do Ano da Fé, em
sua homilia Bento XVI definiu “providenciais” essas canonizações. Elas nos
reavivam a consciência de viver totalmente em um perene estado de serviço ao
homem e ao Evangelho.
“O Filho do homem veio para servir e
dar a sua vida como resgate para muitos”. Para o Papa, essas
palavras de Jesus
(extraídas do Evangelho do dia) constituíram o programa de vida dos sete novos
santos. A santidade na Igreja teve sempre a sua fonte no mistério da Redenção e
a celebração de hoje constitui uma confirmação eloquente dessa misteriosa
realidade salvífica.
Brevemente, Bento XVI discorreu a
biografia de cada um deles, começando por Jacques Berthie. Este jesuíta francês
nasceu em 1838, mas desempenhou seu serviço em Madagascar, onde lutou contra a
injustiça, levando alívio para os pobres. “Que a sua intercessão, durante este
ano da fé, produza frutos em Madagascar e no Continente africano!”
Da África às Filipinas, país natal de
Pedro Calungsod. Evangelizou o povo Chamorro nas Ilhas Marianas, onde em abril
de 1672 conheceu o martírio. “Que o exemplo e o testemunho corajoso de Pedro
Calungsod inspire o dileto povo das Filipinas a anunciar corajosamente o Reino
e ganhar almas para Deus!”
Já do italiano João Batista Piamarta,
o Papa destacou seu apostolado junto aos jovens, aos quais se dedicou por seu
progresso cristão, moral e profissional.
A juventude, principalmente a
educação, também esteve no centro da vida de Santa Maria del Carmelo Salles y
Barangueras, religiosa nascida em Vic, Espanha, em 1848, fundadora da
Congregação das Religiosas Concepcionistas Missionárias do Ensino, presente
também no Brasil. “A sua obra educativa, confiada à Virgem Imaculada, continua
a dar frutos abundantes entre os jovens e através da entrega generosa das suas
filhas que, como ela, se confiam ao Deus que pode tudo.”
A seguir, Bento XVI falou de Marianne
Cope, nascida em 1838 na Alemanha, e que com um ano de vida foi levada para os
Estados Unidos. Madre Marianne, da Ordem Terceira Regular de São Francisco,
abraçou o chamado para cuidar dos leprosos no Havaí. “Em uma época em que pouco
se podia fazer por aqueles que sofriam dessa terrível doença, Marianne Cope
demonstrou um imenso amor, coragem e entusiasmo.”
Permanecemos na América do Norte,
para a primeira santa ameríndia: Kateri Tekakwitha nasceu no que hoje é o
Estado de Nova Iorque, em 1656. Para escapar da perseguição, se refugiou na
Missão São Francisco Xavier, perto de Montreal. Ali ela trabalhou até a sua
morte com 24 anos. “Kateri impressiona-nos pela firmeza na sua vocação tão
particular na sua cultura. Nela, fé e cultura se enriqueceram mutuamente! Possa
o seu exemplo nos ajudar a viver lá onde nos encontremos, sem renunciar àquilo
que somos, amando a Jesus! Santa Kateri, protetora do Canadá e primeira santa
ameríndia, nós te confiamos a renovação da fé entre os povos nativos e em toda
a América do Norte! Que Deus abençoe os povos nativos!”
Por fim, a jovem alemã Anna Schäffer.
Para acumular o dote necessário para poder entrar no convento, trabalhou como
doméstica e neste emprego sofreu um grave acidente com queimaduras incuráveis
nos seus pés, que a prenderam em um leito pelo resto da vida. “Que a sua
intercessão fortaleça a atuação abençoada dos centros cristãos de curas
paliativas para doentes terminais.”
O Papa concluiu sua homilia afirmando
que estes novos Santos, diferentes pela sua origem, língua, nação e condição
social, estão unidos com todo o Povo de Deus no mistério de Salvação de Cristo,
o Redentor.
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