Seg, 22 de Outubro de 2012 09:14 por: cnbb
A 3ª Semana Missionária para Párocos e
Vigários, realizada pelo Centro Cultural Missionário (CCM) em parceria com as
Pontifícias Obras Missionárias (POM) terminou na sexta-feira, 19. A formação
contou com a participação de 23 sacerdotes.
O objetivo central da semana foi
aprofundar os elementos e conceitos básicos para que aconteça uma renovação
missionária eficaz nas paróquias do país. Na sexta-feira, o secretário
executivo do CCM, padre Estevão Raschietti, responsável pelo tema “Elementos
para uma espiritualidade missionária presbiteral” apontou que, para uma
paróquia colocar-se em estado permanente de missão, “é necessário antes uma
conversão dos corações de todos os cristãos e cristãs, a começar pelos padres,
como denuncia o Documento de Aparecida: ‘falta espírito missionários em membros
do clero, inclusive em sua formação”’.
O secretário também questionou o número
de missionários brasileiros no mundo, tendo em vista a dimensão católica do
Brasil. “Por que o Brasil, o maior país católico do mundo, envia tão poucos
presbíteros além-fronteiras, visto que dos missionários brasileiros pelo mundo
afora 90% são mulheres consagradas? Por que dos poucos padres que são enviados,
tanto religiosos como seculares, muitos desistem e voltam logo?”. Para o
sacerdote, “esse tipo de perguntas deverão ser discutidas por diversas
instâncias da Igreja no Brasil, enquanto revelam carências profundas que se
traduzem muitas vezes em práticas contratestemunhais”.
Ainda na Semana Missionária, foram
estudados temas como “A ação missionária da paróquia: âmbitos e tarefas para
uma Igreja em estado permanente de missão”, com assessoria do padre Sidnei
Dornelas, da Comissão Episcopal para a Missão Continental da CNBB; “A animação
missionária na paróquia: chamados e enviados a todos os povos”, por padre Sávio
Corinaldesi, secretário da Pontifícia Obra de São Pedro Apóstolo, e
“Organização missionária da paróquia: desafios e perspectivas rumo a um novo
padrão pastoral”, orientado por padre José Carlos Pereira, CP, mestre em
Ciências da Religião e doutor em Sociologia.
O religioso do Instituto Missionário
São José, pároco em Cáceres (MT), padre Edilson Paes, que participou do curso,
afirmou que é preciso tornar concreto o trabalho missionário nas paróquias. “As
paróquias precisam assumir o compromisso do estado permanente de missão. Temos
que colocar em prática a dimensão missionária nas bases e o curso nos deu
indicativos de como proceder e trabalhar para que isso se realize”.
Para o frei Wilson Alves, da diocese de
Camaçari (BA), há alguns passos necessários para desenvolver a dimensão
missionária a partir das paróquias. “Primeiro precisamos de conversão, depois
partir para a aplicação dentro da realidade e das possibilidades da paróquia”.
Ele, no entanto, comenta que pensar a missão ad gentes a partir da paróquia “é
um sonho ainda distante”, mas ressalta que “temos que começar a trabalhar esse
aspecto porque a Igreja é por essência missionária e este é o caminho para
podermos nos descobrir como paróquia missionária”.
O diretor nacional das Pontifícias
Obras Missionárias, padre Camilo Pauletti, fez uma avaliação positiva da
formação. “O curso manifestou como é importante a formação permanente dos
nossos discípulos-pastores. As reflexões foram boas, envolveram , foram participativas.
Sentimos que depende ainda muito deles (sacerdotes) a animação da pastoral
missionária em nossas comunidades. Vimos e reafirmamos a universalidade da
missão”. De acordo com padre Camilo, “se o padre numa paróquia for um bom
discípulo-missionário, ele dinamiza, envolve o povo e transforma a paróquia.
Percebemos que a missão faz parte da formação. Os padres saíram motivados, pois
abriu novos horizontes e agradeceram por esta oportunidade”.
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