Qui, 18 de Outubro de 2012 13:05 por: CNBB
Dom Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
Cinquenta anos já são passados desde a
solene abertura do Concílio Vaticano II, que, dois anos antes, foi anunciado
com alegria pelo saudoso e bem-aventurado Papa João XXIII. A Igreja toda
exultou de alegria pela notícia que ecoou pelos quatro cantos do mundo! Estava
iniciando o maior acontecimento da Igreja do século vinte!
A sociedade humana caminha sem rumos
sem a luz da fé! A Comunidade Cristã, diante das mudanças sociais e culturais
em curso, necessitava dar respostas de fé às novas realidades. Deveria
encontrar caminhos para anunciar a todo o mundo a Salvação em Cristo, para que
o Espírito de Jesus penetrasse na vida humana e em suas atividades.
O Concilio Vaticano II trouxe novas
perspectivas nas estruturas da Igreja, reafirmando sua missão de levar Cristo,
“Lumen Gentium”, que resplandece no seu rosto aos anseios da humanidade, cujas
alegrias e sofrimentos, “Gaudium et spes”, são também os seus.
Neste espírito evangélico missionário,
a Igreja, na voz de Bento XVI, convoca-nos agora a um aprofundamento da vida de
fé, para que brilhe nossa luz perante os desafios da civilização e da cultura
atual, ao mesmo tempo em que nós mesmos devemos nos renovar, como Igreja,
buscando encontrar caminhos para a nova evangelização, a fim de transmitir a fé
cristã hoje.
O Santo Padre, ao proclamar o Ano da
Fé, escreveu:
“Não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida”. “Também o homem contemporâneo pode sentir a necessidade de ir, como a samaritana, ao poço para ouvir de Jesus o convite a crer Nele e beber daquela fonte, donde jorra água viva”.
“Não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida”. “Também o homem contemporâneo pode sentir a necessidade de ir, como a samaritana, ao poço para ouvir de Jesus o convite a crer Nele e beber daquela fonte, donde jorra água viva”.
Recordando as várias definições de fé,
lembramo-nos da revelação em Hebreus: “a garantia antecipada do que se espera,
a prova de realidades que não se veem.”, mas, ao mesmo tempo, como dom de Deus,
ela se concretiza em uma vivência, uma experiência de vida.
Procurando nos encontrar na realidade
dos dias que vivemos, achamo-nos incapazes de por nós mesmos descobrir um
caminho para nós e para o mundo sem a presença de Deus. Ele se faz encontrar
por todos aqueles que sinceramente se abrem ao seu encontro.
São Paulo, escrevendo aos Romanos, nos
ensina que se revela a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo, que São Tiago
numa linguagem simples e direta se manifesta ao dizer que a fé deve se traduzir
em vida e obras de vida eterna.
No Livro dos Provérbios (Pr. 16,1) está
escrito que “Ao homem pertencem os projetos do coração, mas só de Deus vem a
resposta”. Recebido de Deus o dom da vida, é nossa a missão de continuar essa
obra, fazer progredir e realizar toda a criação tendo em vista o seu Cristo, a
resposta de Deus ao projeto entregue ao homem. É pela fé, revelada no
Evangelho, que o mundo encontrará o caminho do seu destino.
Todo o desenvolvimento humano deve ser
impregnado do Evangelho para que todos dele possam se beneficiar, e toda a
terra ser o celeiro para os povos e os caminhos da inteligência abertos a
todos.
Para isso, os filhos da luz, todos
aqueles que abriram seus corações, que beberam das fontes do Salvador na
Palavra Deus e no Pão Eucarístico não podem deixar de anunciá-Lo a todos os
homens.
O Ano da Fé, assim como o Sínodo sobre
a Nova Evangelização, deve nos abrir novos caminhos na cultura atual, para que
a perenidade evangélica brilhe com seu esplendor em nós e sobre toda a Terra.
Onde a fé é viva, a cultura cristã não se torna antiquada, e brilhará no mundo
uma nova humanidade que constrói a civilização do amor.
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