terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Alegria



Ter, 18 de Dezembro de 2012 10:17 por: cnbb

Dom José Alberto Moura
Arcebispo Metropolitano de Montes Claros

Já perto da celebração da presença de Deus feito humano em nossa história, enchemo-nos de alegria. O profeta convida-nos: “Canta de alegria... Alegra-te e exulta de todo o coração... O Senhor, teu Deus, está no meio de ti” (Sofonias  3,14.15).
Alegria significa certeza do cuidado de Deus em relação a nós. Apesar de toda a luta da vida temos a certeza de que vencemos.
Basta deixarmos o Senhor reinar dentro e fora de nós. Sabemos de nossos limites e dos desafios da caminhada. As injustiças são muitas. O egocentrismo faz dominar a convivência na insegurança. A vida é desrespeitada. Os valores da dignidade humana, da natureza, da família, do bem comum e da fraternidade são ofuscados e até massacrados pelo consumismo e o materialismo prático. Mas a reversão de tudo é possível para quem faz o caminho no caminho do Emanuel. Com Ele acontece a nova história humana. Seu advento ou chegada inunda nosso coração de esperança, de certeza da implantação da nova ordem pessoal e social, do júbilo por se saber da vitória de quem entra no jogo da vida nova por Ele trazida.
Para dar base à alegria, com a certeza da plena realização humana, é preciso tirar as causas da tristeza: a vida dissoluta, o materialismo, o uso da religião como pura exterioridade à semelhança dos fariseus, o domínio egoísta sobre os outros, a procura do ter como finalidade de vida, os prazeres buscados fora do sentido da própria natureza e indicado por Deus, o orgulho que faz a pessoa se julgar superior aos outros, a mentira que leva a lesão ao semelhante... Para isso, faz-se indispensável a reordenação das atitudes para seu encaminhamento com as coordenadas do Emanuel. Aí vamos ter condição de exultação, como os pastores ao anúncio dos anjos sobre o nascimento do Salvador.
Nessa perspectiva, o Apóstolo Paulo nos assegura a pacificação da alma: “O Senhor está próximo! Não vos inquieteis com coisa alguma, mas apresentai as vossas necessidades a Deus” (Filipenses 4,6). De fato, a oração nos deixa seguros da presença de Deus conosco. Ele é a fonte da paz, da certeza da vitória e da verdadeira alegria imorredoura. A alegria natural da vida, dentro dos parâmetros da ética, é acrescida com aquela provinda do dom sobrenatural do Espírito Santo, que nos fecunda a vida com a verdade da superação de nossos males e a conquista da vida plena de sentido. Isso só se dá com a força da graça de Deus.
A melhor notícia é a que nos faz inchar de alegria, sabendo que nossa vida é lançada para o infinito do amor de Deus, conforme a Boa-Nova de Jesus! Nossa problemática existencial tem jeito, apesar dos limites de nossa natureza. O Emanuel vem nos ensinar, com nosso jeito humano,  que é possível superar tudo o que nos impede de chegar ao ideal de nosso sonho humano de felicidade e realização. O caminho para isso é mais estreito, exigindo domar os instintos e fazê-los obedecer à nossa vontade, fortificada e enriquecida com a realização da vontade de Deus. Aliás, somente temos a fecundação da plena alegria com a realização do projeto do Pai realizado pelo Filho, Deus-humanado.
O Advento nos incita à conversão da vida, para ela ser regida pela pessoa de Jesus e de seu Evangelho.

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