Qua, 19 de Dezembro de 2012 19:31 / Atualizado -
Qui, 20 de Dezembro de 2012 08:12 por: CNBB/RADIO VATICANO
A audiência geral
desta quarta-feira, 19 de dezembro, realizou-se na Sala Paulo VI. Nesta III
semana do tempo de Advento, o Papa apresentou aos fiéis uma reflexão sobre a fé
de Maria a partir do grande mistério da Anunciação.
Bento XVI começou lembrando que o anjo
convidou a Virgem a se alegrar, chamando-a “cheia de graça”. Tal saudação
anuncia o fim da tristeza que existe no mundo diante dos limites da vida, do
sofrimento, da morte, da maldade, das trevas do mal que parece obscurecer a luz
da bondade divina. “É uma saudação que marca o início do Evangelho, da Boa
Nova” – prosseguiu o Pontífice.
“A fonte da alegria de Maria é a graça,
a comunhão com Deus. Ela é a criatura que, mediante sua atitude de escuta da
palavra e da obediência, abriu de modo único as portas a seu Criador,
colocando-se em suas mãos, sem limites”.
“Assim como Abraão, Nossa Senhora
também confiou plenamente na divina Palavra, convertendo-se em modelo e mãe de
todos os cristãos. E do mesmo modo, sua fé também incluiu um momento de
incerteza - as trevas da crucificação de seu Filho – antes de chegar à luz da
Ressurreição”.
O Papa explicou que o mesmo ocorre no
caminho de fé de cada um de nós: existem momentos de luz e passagens onde
parece que Deus está ausente; seu silêncio pesa em nossos corações e sua
vontade não corresponde à nossa. “Mas – ressalvou Bento XVI – quanto mais nos
abrirmos a Deus, acolhermos o dom da fé e depositarmos Nele a nossa confiança –
como fizeram Abraão e Maria – mais Ele nos ajudará a viver as situações da vida
em paz e com a certeza de sua fidelidade e de seu amor. Isto acarreta que saiamos
de nós mesmos e de nossos projetos e deixemos que a Palavra de Deus seja a
lâmpada que guie nossos pensamentos e ações”.
“A fé sólida de Maria foi possível
graças à sua atitude constante de diálogo íntimo com a Palavra de Deus, à sua
humildade profunda e obediente, que aceitou tudo, até o que não compreendia da
ação de Deus” – recordou o Papa.
Finalizando, Bento XVI disse que a
solenidade do Natal nos convida a viver esta mesma humildade e obediência de
fé. “A glória de Deus não se manifesta no triunfo e no poder do Rei, não
resplandece numa cidade famosa, num suntuoso palácio, mas habita no ventre de
uma virgem, se revela na pobreza de um menino”.
Como faz todas as quartas-feiras, Bento
XVI leu aos fiéis breves resumos de sua catequese em várias línguas, inclusive
português. Estas foram as suas palavras:
“No caminho do Advento, ocupa um lugar
especial a Virgem Mãe, que acolheu na fé e na carne Jesus, o Filho de Deus.
N’Ela vemos a criatura que, de modo incomparável, abriu de par em par as portas
ao seu Criador, submetendo-Se livremente à vontade divina na obediência da fé:
adere com plena confiança à palavra que Lhe anuncia o Mensageiro de Deus. E
este «sim» de Maria à vontade divina repete-se ao longo de toda a sua vida até
ao momento mais difícil: o da Cruz. Ela não se contenta com uma percepção
imediata e superficial do que sucede na sua vida, mas entra em diálogo íntimo
com a Palavra de Deus e deixa-se interpelar pelos acontecimentos, procurando a
compreensão que só a fé pode garantir. Maria acolhe mesmo aquilo que não
compreende do agir divino, deixando que seja Deus a abrir-Lhe o coração e a
mente. Assim se tornou modelo e mãe de todos os crentes. Pela sua fé, todas as
gerações A chamarão bem-aventurada”.
“Amados peregrinos de língua
portuguesa, a minha saudação amiga para todos, com votos de um santo Natal de
Jesus no coração e na família de cada um, pedindo a mesma humildade e
obediência da fé de Maria e José, que vos faça ver, na força indefesa daquele
Menino, a vitória final sobre todos os arrogantes e rumorosos poderes do mundo.
Bom Natal!”.
Antes de se despedir dos fiéis, o Papa
concedeu a todos a sua bênção. A próxima audiência geral de Bento XVI com os
fiéis será em 2 de janeiro de 2013.
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