Ter, 04 de Dezembro de 2012 12:41 por: cnbb
Dom Aloísio Roque Oppermann
Arcebispo Emérito de Uberaba (MG)
Arcebispo Emérito de Uberaba (MG)
A diferença é brutal. Pelos anos 70
qualquer Paróquia de médio porte, alcançava um patamar de 500 casamentos por
ano. Hoje a média se concentra ao redor de uma centena anual, no máximo.
Durante décadas nós criticamos o luxo e a ostentação nas celebrações
matrimoniais (todas querendo imitar a riqueza da família real inglesa).
O
motivo dessas observações era que tais exageros envergonhavam os pobres que,
por essa razão, preferiam não casar na Igreja. Analisando as eventuais razões
que levaram a essa amnésia da graça sacramental de Cristo, poderíamos
facilmente detectar as seguintes: laicização da vida religiosa. Trata-se de um
problema de fé. Um dos noivos, ou os dois, não descobrem sentido no ato
religioso. Assim se ouve um vago propósito de “casar mais tarde”. Mas de momento,
quando muito, casam só no civil. Outro motivo é o de deixar uma porta aberta
para um eventual novo casamento. Como o casamento religioso tem uma força moral
enorme para selar uma “aliança eterna”, então, para descomplicar uma eventual
nova experiência, se evita a celebração religiosa que poderia exigir grandes
manobras burocráticas. “O que Deus uniu, o homem não separe” (Mt 19, 6).
A nossa juventude católica, que não se
une pelo sacramento do Matrimônio, precisa crescer na sua fé. Deve saber que a
cerimônia religiosa pode ser um momento de grande graça de fidelidade e de amor
que o Cristo quer conceder aos noivos. Não casar pode ser sinal de perder uma
grande bênção do Pai Criador. E por outra, não querer se vincular pelos laços
sagrados do matrimônio, pode significar que a confiança recíproca ainda não
atingiu a maturidade. Devem prolongar o tempo de conhecimento recíproco, e só
depois “ajuntar os trapos”. Mas devem casar na Igreja, para terem aquela bênção
especial, que os faça acreditar na sua sublime missão de participar da obra da
criação. Para o mundo inteiro, aqueles que “casam no Senhor”, são praticantes
do amor que Cristo tem pela sua Igreja. E tem uma garantia de Cristo: “O Senhor
é fiel, Ele haverá de vos dar forças e vos preservar do mal” (2Tes 3,3).
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