“Alegrai-vos sempre no Senhor, eu
repito alegrai-vos”. Estamos no domingo da alegria. Alegria porque o Senhor
vem, alegria porque somos seguidores do Deus da paz e do amor. É a alegria
que os anjos anunciam aos pastores: “Eis que vos anuncio uma grande
alegria...”. Deste modo, precisamos entender que a alegria não é resultado das
coisas que acontecem ao nosso redor, ela não pode ser achada fora de nós. A
alegria é consequência da presença salvadora de Cristo. É surpreendente a
Epístola aos Filipenses ser chamada carta da alegria, quando
sabemos que ela foi escrita quando São Paulo estava na prisão. Como este homem
pode falar com tanto ânimo em uma situação tão triste? Eis a lição para cada um
de nós. Não importa o que nos oprime, o que nos deprime; muitas podem ser as
nossas prisões, até o pecado.
Poderíamos ser fatalistas, achando que não há
solução. Mas São Paulo dá uma receita melhor: apresentar nossas necessidades em
súplicas e orações. O cristão é aquele que ora com confiança a Deus, colocando
a sua vida nas mãos do Pai. Segue em frente, porque tem a certeza de que Deus
dá a fortaleza. Por fim, o apóstolo recomenda a ação de graças: agradecer por
tudo o que recebemos, mesmo pelas coisas não tão boas. Filipenses nos faz um
convite para parar de reclamar da vida, assumindo-a com a alegria de quem tem a
certeza da vitória de Deus.
O Evangelho traz o conteúdo da pregação
de João Batista. Sugere três aspectos de conversão.
a) “repartir as túnicas...”. É preciso
sair do nosso egoísmo e aprender a partilhar. É tão bonito ver distribuição de
alimentos, brinquedos, doces e roupas no fim de ano. Mas que não seja um
desencargo de consciência. Que acima de tudo seja um gesto de partilha, de amor
por aqueles que são pequenos, que sofrem as dores do próprio Cristo. Se
solidário é ter um coração que se importa com o sofrimento alheio, seja qual
for.
b) “Não cobreis mais do que foi
estabelecido”. É preciso quebrar os esquemas de exploração e proceder com
justiça. Vencer o lema de Gerson que clama ao desejo de levar vantagem em tudo.
A honestidade começa nas pequenas coisas.
c) “Não tomeis a força o dinheiro de
ninguém...”. É preciso renunciar à violência e à prepotência e respeitar os
irmãos. Não adianta se emocionar com os sensacionalismos dos programas de
auditório, e depois ser violento com as pessoas que residem conosco,
intransigentes no trânsito, na fila do comércio... Não podemos nos utilizar de
nenhum privilégio ou cargo para oprimir ou tratar mal alguém. É preciso que
transpareçamos a ternura do Evangelho.
Vivamos a alegria e a conversão,
preparando-nos para o Jesus que vem. “Procuremos acender uma vela em vez de
amaldiçoar a escuridão” (provérbio Chinês).
Pe Roberto Nentwig
CNBB N-2: Postado por Bíblia e Catequese às 10:08
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