Qua, 13 de Março de 2013 10:14 por: cnbb
Dom Paulo Mendes
Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)
Arcebispo de Uberaba (MG)
A identidade do cristão deve estar em
consonância com a vontade de Deus. Mas qual é esta vontade? Dentro da visão
bíblica, ela está solidificada na palavra “justiça”. Ali o justo é descrito
como aquele que faz a vontade de Deus. Isto acontece no relacionamento com os
outros, no respeito aos direitos e deveres das pessoas com quem convive.
Fazer justiça numa cultura
individualista e marcada pela desleal competitividade é um grande desafio.
Todas as pessoas são envolvidas e colocadas à prova, a atitudes que exigem
determinação e critério evangélicos. Não é fácil ser coerente, autêntico e
justo. Supõe formação porque a tendência à maldade está presente em todo ser
humano.
Não estamos num mundo de condenações. É
possível superar as injustiças passando por um caminho de conversão,
experimentando também a via da misericórdia. Deus é misericordioso, capaz de
perdoar a quem reconhece e muda de prática em suas injustiças. O perdão é
sabedoria e bondade divina. Isto ocasiona vida e paz para as pessoas.
Ser cristão é desfrutar de um dom
concedido por Deus, é um patrimônio disponibilizado para todos, mas vivenciado
por uma minoria. Sua base está na audição da Palavra de Deus, que orienta,
mostra o caminho da justiça, da misericórdia, do perdão e de renúncia aos
mecanismos do mal.
Falar em ser cristão hoje parece
ressoar mal em nossos ouvidos. Isto não é mais levado em conta e até
interpretado como “fora de contexto”, de estar na contramão da história. Será
mesmo assim ou caímos num profundo distanciamento das práticas que nos
identificam com Deus! Dá impressão de que o mundo vai perdendo, cada dia mais,
sua qualidade de vida.
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