Sex, 08 de Março de 2013 10:52 por: cnbb
Dom Canísio Klaus
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)
Oito de março, é um dia especial para a
humanidade. É o dia em que os homens reverenciam as mulheres e as mulheres
recordam as conquistas alcançadas e se comprometem a seguir na luta pela
superação das desigualdades. O dia em que homens e mulheres se unem para
renovar o sonho de uma sociedade fraterna com iguais direitos para ambos os
sexos.
Muitos encontros de mulheres acontecem
na região por ocasião deste dia. Os maiores são promovidos pelos Sindicatos de
Trabalhadores Rurais. São recordadas as conquistas obtidas com a luta das
mulheres, particularmente o direito de serem chamadas de “trabalhadoras rurais”
e terem direito à aposentadoria aos 55 anos de idade. Outros encontros
são promovidos pelos movimentos de mulheres, entidades de classe, igrejas e
governos municipais. Em todos eles, basicamente, são recordadas as conquistas e
apresentadas pautas de luta.
Entre as boas notícias do momento,
destaca-se a preocupação das mulheres com o estudo. No perfil dos estudantes da
UNISC, apresentado no final da semana passada, chama atenção o fato de 61,7%
dos alunos serem do sexo feminino. O mesmo percebemos nos cursos organizados
pela Diocese, onde a porcentagem de mulheres supera de longe a de homens. Não
tenho certeza se nos cursos de especialização esta relação também persiste. O
certo é que, no futuro, a continuar a tendência atual, as mulheres estarão melhor
preparadas intelectualmente do que a maioria dos homens.
A lamentar, temos a violência doméstica
e o crescente número de homicídios cometidos contra mulheres. São inúmeros os
casos de homens que matam suas companheiras. Em muitos casos, posteriormente, eles
também se suicidam. São atitudes injustificáveis e que só serão mudadas com a
superação da consciência machista, ainda fortemente presente na sociedade. A 7ª
posição que o Brasil ocupa no ranking dos países que mais homicídios cometem
contra as mulheres é algo que nos envergonha.
Outra coisa a lamentar é o alto número
de meninas desaparecidas. Conforme dados da Frente Parlamentar da Assembléia
Legislativa, entre os quase 5 mil desaparecidos no Rio Grande do Sul em 2012, a
maior porcentagem é de meninas entre 12 e 17 anos. O destino de muitas delas é
a prostituição. Dar um basta a esta situação é um dos nossos grandes desafios.
Em Aparecida do Norte, os bispos da
América Latina lembraram que a esperança de uma sociedade justa só logrará
êxito com a criação “de estruturas justas, sem as quais não haverá ordem
justa”. “Essas estruturas nascem e funcionam quando a sociedade percebe que o
homem e a mulher, criados à imagem e semelhança de Deus, possuem uma dignidade
inviolável, a serviço da qual terão de conceber e atuar os valores fundamentais
que regem a convivência humana” (DA 537).
Por ocasião do Dia Internacional da
Mulher, saúdo, com muito carinho, a todas as mulheres. Desejo que as
comemorações deste dia motivem a organização de uma sociedade harmoniosa,
fraterna e igualitária. Que a mãe de Jesus nos inspire e acompanhe.
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