Seg, 25 de Março de 2013 10:19 por: cnbb
Dom Anuar Battisti
Arcebispo de Maringá (PR)
Arcebispo de Maringá (PR)
Celebramos ontem (24) o Domingo de
Ramos, também chamado de Domingo da Paixão, quando iniciamos a Semana Santa;
tempo único durante o ano para parar, contemplar e recomeçar um caminho a
exemplo de Jesus.
Eu chamo esta semana de a “grande
semana do perdão”. O perdão de todas as nossas falhas, a vida nova conquistada
na Paixão, morte e ressurreição do Senhor Jesus.
Estes fatos aconteceram porque temos um
Deus que nos ama, que tomou por primeiro a iniciativa de nos resgatar da
miséria humana e nos cobrir para sempre com a Sua infinita misericórdia. Por
isso é uma semana especial, um tempo que revivemos a cada ano, não como fatos
do passado e sim como atualização aqui e agora da presença de Deus que
continua salvando a cada um de nós, criaturas feitas a Sua imagem e
semelhança.
Ao contemplar o Pai Deus que em seu
Filho Jesus nos ama perdoando e nos perdoa amando, nos chama para realizar aqui
e agora a mesma realidade do amor perdão entre nós humanos.
Sem merecimento fomos perdoados por um
Deus tão humano e próximo de nós. Por que somos tão mesquinhos em negar o
perdão ou ficar guardando rancor e raiva de quem com motivos ou não nos feriu
em nossos sentimentos?
Nas nossas relações humanas nunca se
deve buscar culpados e sim estabelecer relações verdadeiras, no amor
desinteressado, construindo o que nos aproxima e nunca o que nos divide. Nesta
semana os fatos que vamos reviver começam na quinta-feira às 9h30 na Catedral
com a missa da benção dos óleos do crisma, do batismo e dos enfermos.
Na presença de todos os presbíteros, os
quais renovam nesta missa os compromissos presbiterais, pois foi na quinta-feira
que Jesus instituiu a Eucaristia e o presbiterato. Esta celebração marca o início de todos os fatos de nossa salvação. À
noite, em todas as igrejas, haverá celebração da Ceia do Senhor com o lava pés.
Relembrando aquele gesto e aquelas
palavras de Jesus: “Se eu Mestre e Senhor lavei-vos os pés, vos deveis
lavar os pés uns dos outros”.
Naquela memorável noite Jesus deixa a
sua presença nas espécies de pão e vinho dizendo: “Isto é meu Corpo, isto é meu
Sangue, fazei isto em memória de mim”.
Na Sexta-feira Santa contemplamos a
Paixão de Jesus, às 15h na leitura da Paixão e nas orações por toda humanidade.
Celebração que não é a missa; aliás, esse é o único dia do ano que não
celebramos a missa, mas distribuímos a Eucaristia, consagrada na missa de Quinta-feira
Santa. Sexta-feira Santa é o dia da morte do Senhor, quando derrama do alto da
cruz sangue e água, num grito de salvação: “Pai em tuas mãos entrego o meu
espírito”.
Contemplamos a cruz, beijamos a cruz,
como sinal de nosso resgate, como reconhecimento do imenso amor de Deus
em Jesus por todos e cada um de nós. Ninguém como Ele para nos amar tanto e de
tal forma.
Sábado da Vigília Pascal, abençoamos o
fogo, e acendemos a coluna de cera, simbolizando a luz de Jesus que dissipa as
trevas e ilumina a noite do pecado.
Abençoamos a água, vida nova,
nascimento para Deus, batismo, banho de regeneração, noite do aleluia, de um
grito de vitória que culminará na madrugada de domingo. Naquela penumbra do
terceiro dia, algumas mulheres e três apóstolos são as primeiras testemunhas do
túmulo vazio.
A notícia não parou até hoje.
Continuamos nós também a proclamar que o Senhor está vivo. O ressuscitado está
no meio de nós, caminha conosco, como nos diz o apóstolo Paulo: “Se Cristo não
tivesse ressuscitado vazia seria nossa fé”. Essa é a nossa Páscoa, vida nova em
Cristo Deus que não se cansa de perdoar.
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