Sex, 01 de Março de 2013 15:04 por: CNBB / Regional
Nordeste 3
Nos dias 23 e 24 de fevereiro, 48
delegados representantes das 21 dioceses e arquidioceses que compõe o Regional
Nordeste 3 da CNBB (Bahia e Sergipe), participaram da ampliada do regional das
Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). O encontro ocorreu na Arquidiocese de
Feira de Santana (BA), e teve como temática principal “Ser Igreja de CEBs nos
dias atuais e o que o 12° Intereclesial nos disse?”.
Os trabalhos desenvolvidos na ampliada
abordaram as transformações sociais e a vivência da fé.
As atividades foram assessoradas por padres das dioceses de Ruy Barbosa, Jequié e Salvador (BA). No domingo (24), o arcebispo de Feira de Santana, dom Itamar Vian, realizou a celebração eucarística e recordou o 13ª intereclesial das CEB’s do Brasil, que está marcado para os dias 07 a 11 de janeiro de 2014, no Juazeiro do Norte (CE).
As atividades foram assessoradas por padres das dioceses de Ruy Barbosa, Jequié e Salvador (BA). No domingo (24), o arcebispo de Feira de Santana, dom Itamar Vian, realizou a celebração eucarística e recordou o 13ª intereclesial das CEB’s do Brasil, que está marcado para os dias 07 a 11 de janeiro de 2014, no Juazeiro do Norte (CE).
Confira a carta da ampliada:
CARTA DA AMPLIADA DO
REGIONAL DAS CEBs – FEVEREIRO 2013
De 23 a 24 de fevereiro de 2013 nos
encontramos na Chácara Santo Inácio, na cidade de Feira de Santana, 48
delegados e delegadas que representam 21 dioceses e arquidioceses de nosso
Regional Nordeste 3.
Depois da acolhida e a oração inicial,
Luis Miguel Modino, fez uma análise de conjuntura partindo da ideia de como ser
Igreja de CEBs nos dias atuais a partir do que o 12º Intereclesial nos disse. O
elo condutor foi o proverbio africano: “Gente simples, fazendo coisas pequenas,
em lugares pouco importantes, consegue mudanças extraordinárias”, que Dom
Moacyr Grecchi, usou na celebração de abertura do 12º Intereclesial para
definir as CEBs. A partir daqui foi analisada a realidade sócio eclesial hoje,
e como esta realidade nem sempre responde a este jeito de se colocar diante da
vida.
Os trabalhos foram desenvolvidos em
cinco rancharias: As transformações sociais e a vivência da fé; as CEBs no
Contexto Urbano; uma Opção pelos pobres a partir do Documento de Aparecida;
Justiça e Profecia na construção do Reino e as CEBs conquistas de ontem e de
hoje. Estas rancharias contaram com a assessoria de Luis Miguel Modino;
Benedito Ballio; Paulo Silva; Luciano Bernardi e Terezinha Foppa. A partir do
trabalho realizado em cada uma delas surgiu uma serie de desafios que devem
levar à reflexão as CEBs.
Diante da mudança de época, como
vivenciar nossa fé? Respeitando o outro, as diferenças; dando testemunho da
nossa fé nos ambientes que vivemos; assumindo que a tecnologia, bem usada,
ajuda a vivenciar a fé, em especial com a juventude; sendo conscientes que do
mesmo modo que a mulher tem tido um papel fundamental nas transformações da
sociedade, precisa ter seu lugar reconhecido na Igreja, mas para isso precisa
de transformações; retomando a consciência comunitária frente à mentalidade
individualista.
É preciso recuperar a memória
histórica; formação e trabalho de base; estimular o espírito solidário; colocar
as CEBs como eixo da pastoral; entender as diferenças entre paróquia com CEBs e
de CEBs; denunciar o papel da mídia católica, que dificulta a vivência
comunitária.
Como levar para a prática a opção pelos
pobres que aparece nos Documentos da Igreja Latino-americana? A Igreja precisa
reconhecer o rosto de Cristo nos pobres, pois essa opção pelos pobres tem raiz
bíblica e Trinitária; sentir Maria como discípula missionária que assume a
opção pelos pobres a través do Magnificat; sermos conscientes que Aparecida tem
como objetivo a defesa da vida em todas suas dimensões, mas não critica as
injustiças cometidas contra pobres, indígenas e afro-descendentes.
Diante do texto do samaritano
reconhecer quem mais assalta hoje (mídia); nos perguntar quais são as
hospedagens onde são acolhidos aqueles que estão à beira do caminho; como
aproximar-se e acolher na realidade de hoje; como expandir para o ano todo o
grito bonito da Campanha da Fraternidade; fazer que aquilo que a gente reza
seja colocado em prática; como saber quem são os verdadeiros donos do mundo,
nem sempre visíveis; sentimos que hoje o profetismo virou uma estética, e não
podemos considerar normal a cultura de morte; precisamos fomentar a comunhão
dentro e fora da Igreja; como recuperar a liberdade de expressão.
Em nossa Igreja, em nossas CEBs, como
acolher os homoafetivos; como dar espaço para as mulheres, especialmente para
as mulheres negras, também numa liturgia inculturada; qual é a vivência da
juventude dentro das comunidades; procurar pontos comuns em que todos concordem
para o bem do coletivo; respeitar às diferenças e buscar nelas a
complementariedade e não a divisão; vida equilibrada com o planeta; valorizar a
identidade daqueles que ao longo de mais de quinhentos anos conseguiram viver
em harmonia com a natureza; valorizar o ancestral e os conhecimentos que passam
de pai para filho; construção da soberania a partir das comunidades.
Encerramos esta parte do trabalho em
grupos com um momento de mística, que nos ajudou a colocar nas mãos de Deus
aquilo que faz parte de nossa caminhada e vivência da fé. Também não poderia
faltar um momento de confraternização depois de um dia de profunda reflexão.
A celebração eucarística, presidida por
Dom Itamar Vian, arcebispo de Feira de Santana, foi momento para celebrar
juntos nossa fé e vida e dar inicio a nossos trabalhos no domingo, onde a
reflexão foi centrada em torno do 13º Intereclesial, a ser celebrado em Juazeiro
do Norte de 07 a 11 de janeiro de 2014. Foi tempo para organizar os passos a
serem dados e possibilitar a reflexão e participação de nossas CEBs deste
momento marcante em nossa caminhada eclesial.
Agradecemos à Arquidiocese de Feira de
Santana pela possibilidade que nos ofereceu de poder celebrar esta ampliada do
Regional das CEBs. A Dom Itamar, que desde o inicio apoiou e agradeceu o fato
de nos encontrar aqui, a Companhia de Jesus que cedeu o espaço para nos
encontrar e a tantas pessoas que voluntariamente, com tanto carinho fizeram nos
sentir em casa.
Os delegados e
delegadas da ampliada das CEBs do regional nordeste 3, Bahia e Sergipe.
Feira de Santana
(BA), 24 de fevereiro de 2013.
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