Sex, 01 de Março de 2013 11:46 por: cnbb
Dom Canísio Klaus
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)
A partir do início de março, todas as
instituições de ensino da região, inclusive as de nível superior, estão
recebendo seus alunos e iniciando as atividades de mais um ano letivo. São
milhares os estudantes que freqüentam as salas de aula com o intuito de se
prepararem para adquirirem a sua autonomia e se tornarem profissionais
qualificados numa sociedade que se apresenta cada vez mais competitiva.
Conforme afirmação do Texto Base da
Campanha da Fraternidade de 2013, “a escola e a universidade são
fundamentalmente o lugar de conhecimento e de projeção de um mundo solidário”
(n° 324). Por isso, além de transmitir conhecimentos, devem ser espaço de
cultivo da solidariedade. “A escola e a universidade não podem se privar de sua
missão de formar as pessoas de modo integral, proporcionando-lhes uma percepção
do processo histórico para atuarem nele de modo solidário” (327).
Mais do que receber informações, os
jovens “passaram a ser coagentes da própria educação e não meros espectadores”.
“Para eles, o saber é construído de maneira colaborativa, interativa e prática”
e “os professores passaram a ser participantes do processo”, uma vez que “o
conhecimento das novas mídias pode levar os jovens a ensinar, tornando mais
interativa a relação professor-aluno no processo de ensino-aprendizagem” (n°
47).
Em anos passados, a Igreja era
proprietária de muitos colégios e escolas, tanto nas cidades como no interior.
Atualmente, são poucos os colégios dirigidos por religiosos ou que estão na mão
de instituições eclesiais. Isto não significa que a Igreja não mais esteja
preocupada com a educação ou que não mais queira participar desta tarefa. A sua
participação, hoje, se dá através dos professores que atuam como cristãos e
testemunham a sua fé junto aos alunos. Se dá também através da formação de
grupos de jovens e da organização de atividades paralelas às aulas, tais como
catequese, retiros espirituais e dias de formação. Se dá ainda através da
inserção nas novas mídias, valendo-se das redes sociais para transmitir textos
e mensagens que promovem o cultivo de valores. A própria Cam panha da
Fraternidade deste ano tem um subsídio próprio para ser trabalhado com
adolescentes e jovens nas escolas.
Que o ano letivo de 2013, quando a
Igreja no Brasil em sua totalidade está refletindo sobre a realidade dos
jovens, tentando entender os seus sonhos e anseios, possa ser um ano favorável
para a inclusão dos jovens na sociedade, sensibilizando-os “para serem agentes
transformadores da sociedade, protagonistas da construção da civilização do
Amor e do bem comum”. Que este ano seja favorável para a crescente integração
entre os saberes de crianças, jovens e adultos. E que, ao final de tudo, muitos
jovens possam dizer com o profeta Isaías: “Eis me aqui, envia-me” (6,8).
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