Sex, 01 de Março de 2013 10:53 por: cnbb
Dom José Alberto
Moura
Arcebispo de Montes Claros
Arcebispo de Montes Claros
A força da renovação existe no seio da
Igreja, por obra do Espírito Santo. Apesar de ela ser pecadora, enquanto
composta de seres humanos sujeitos às próprias fragilidades, há a
santidade de Deus que a faz regenerar-se e superar os próprios limites. Uma
força que ajuda o humano da Igreja a se renovar é a juventude, quando ela for
bem evangelizada e evangelizadora.
Temos, então, uma grande oportunidade de
luminosidade dos valores crísticos para o interno da comunidade eclesial e para
a sociedade em geral. Juventude vamos sempre ter. Por isso, ela é o presente e o
futuro da comunidade cristã e da convivência social, com os valores assumidos
por ela do que é humano e divino em sua contínua renovação.
Moisés, o grande personagem bíblico
escolhido por Deus para libertar o povo hebreu do jugo dos egípcios, pode
encontrar-se pessoalmente com Deus na montanha, onde recebeu a missão divina.
Sua curiosidade o levou a aproximar-se de uma sarça que não se consumia. Era o
Senhor que o chamava para o diálogo acerca da missão de libertação do povo (Cf.
Êxodo 3,1-15). Fruto da ação divina, a sarça da juventude pode perenizar a
renovação da Igreja, se ela realmente entrar na intimidade de Cristo e aceitar
a missão de evangelizar a sociedade para a libertação de todo tipo de mecanismo
de morte. Alimentará a sociedade com os novos critérios do Salvador, para dar
vida de sentido a todos, na convivência de fraternidade. Cuidar da juventude
para que ela seja fonte de renovação do convívio familiar, eclesial e social é
de fundamental importância, para termos dias melhores, onde se superem as
injustiças, os desmandos sociais e descaminhos dos vícios e das derrotas
humanas.
Na contemplação de Jesus transfigurado
no monte Tabor, com a presença de Moisés e Elias, podemos solidificar nossa fé
e indicar para a juventude o ideal de dar vida, proposto e vivenciado por Jesus
(Cf. Lucas 9,28-36). De fato, o Mestre em seguida foi crucificado, morto e
ressuscitado. Os Apóstolos foram testemunhas disso. Passando também pelo mesmo
caminho do Filho de Deus, somos capazes de assumir a missão, como os Apóstolos,
para que todos se convertam. Não podemos ser como a figueira que não produz
figos, para não termos que ser cortados da realização do projeto de Deus, à
semelhança da que Jesus queria cortar por não dar frutas (Cf. Lucas
13,1-9). A ascese é um modo de exercitação na prática do bem, que devemos fazer
e ensinar à nova geração. Exige treinamento, renúncias, vivência da caridade,
responsabilidade na realização do compromisso de fé, serviço ao outro e
promoção do bem comum. Sem o ideal de servir não damos frutos de realização da
vida de sentido para todos. Somos instados, no seguimento a Cristo, a assumir a
responsabilidade de implantarmos os critérios ou valores do Evangelho de Jesus.
Sem isso, a juventude não será capaz de dar base à sustentação de um mundo
novo, ou uma sociedade onde reina o amor, fundamentado no amor de Deus.
O lema da Campanha da Fraternidade é
muito propício para focalizarmos a abertura da juventude ao novo, provindo da
missão dada por Deus, com sua resposta de grande disponibilidade: “Eis-me aqui;
envia-me!” (Isaías 6,8).
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