As chuvas fortes na cidade Petrópolis
(RJ) provocam um estado de alerta. Desde o último domingo, 17 de março, as
chuvas deixaram 33 mortos e 1.090 pessoas desabrigadas ou desalojadas, segundo
a prefeitura de Petrópolis. O Corpo de Bombeiros e o Exército trabalham nas
buscas dos corpos, às margens da BR-040.
Os desabrigados ou desalojados
continuam sendo atendidos em abrigos da cidade.
A Secretaria Estadual de Saúde
enviou kits calamidade contendo medicamentos, álcool, luvas, seringas, entre
outros. Cada kit tem capacidade para atender 500 pessoas.
O Ministério Público ingressou no
último dia 21 com uma ação para que a Prefeitura de Petrópolis, o governo do
estado e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) façam obras para evitar o
transbordamento dos rios Quitandinha e Piabanha, que provocaram enchentes na
região.
O articulador da Cáritas na diocese de
Petrópolis, Luiz Carlos Santos, contou que o sistema de socorro implantado pela
prefeitura está funcionamento bem e todos os atingidos estão em abrigos da própria
prefeitura. “Nesse episódio não houve necessidade de entrarmos com ajuda
imediata por parte da igreja, chegaram muitas doações e todos estão
abastecidos. Mesmo assim, realizamos visitas periódicas aos abrigos para dar um
apoio espiritual para essas famílias”, acrescentou.
Nesta segunda-feira, 25 de março, o
bispo diocesano de Petrópolis, dom Gregório Paixão, presidiu uma missa pelos
mortos nos deslizamentos causados pelas chuvas. Participaram da celebração a
presidente Dilma Rousseff e o governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. Em
sua homilia, dom Gregório lembrou que todos devem agir para que tragédias
semelhantes, que vem ocorrendo há anos, não se repitam.
“Mãos à obra, temos muito o que fazer
para que no ano que vem não estejamos chorando por outras vítimas”, conclamou.
O bispo refletiu que a tragédia deve ensinar para que não haja tanta tristeza
em futuros temporais. “As vítimas continuam gritando mesmo dentro do silêncio
daquilo que chamamos de morte, e pedem pelos que ainda estão vivos”.
Dom Gregório pediu que os governos
municipal, estadual e federal se unam para que os efeitos das chuvas sejam
menores. Ele ponderou que não há como resolver tudo de uma vez, mas se deve
trabalhar de forma intensa desde já. Ele pediu ainda que empresários se unam
aos governos para buscar soluções, e cobrou também participação de todos da
sociedade civil. “Não resolveremos os problemas sozinhos”, observou.
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