Ter, 05 de Março de 2013 08:39 por: cnbb
Dom José Alberto
Moura
Arcebispo de Montes Claros
Arcebispo de Montes Claros
Quando entramos numa casa ou num carro
novo sentimo-nos gratificados, principalmente quando tal bem é de nossa
propriedade. Quanto trabalho, esforço e economia em geral se fazem para a
aquisição de tal bem! Mas isso não nos gratifica tanto se não tivermos bem em
nossa saúde física, psíquica ou espiritual. É importante sermos pessoalmente
como novas pessoas, com o sentirmo-nos bem conosco mesmos e com os outros,
particularmente com os de nossa família!
Paulo nos lembra que “Se alguém está em
Cristo, é uma criatura nova. O mundo velho desapareceu. Tudo agora é novo” (2
Coríntios 5,17).
De fato, quando temos sempre nossa renovação pessoal com o
amor de Deus. Solucionamos o foco do bem estar pessoal para também renovarmos
nosso modo de nos relacionarmos com todos e usar do que é material para ser um
instrumento de ajuda à nossa caminhada existencial de modo adequado e
realizador. Se estivermos mal com Deus, ou seja, com a consciência carregada de
desvios de conduta, caminhando fora do sentido da vida por Ele apresentada,
faz-se necessária a mudança para o novo da graça do Senhor. É como tirar o jugo
que nos pesa nas costas pelos erros e caminhada fora dos ditames da consciência
bem formada com os valores do Evangelho de Cristo.
No tempo de Josué, em continuação da
liderança de Moisés, o povo judeu, já na terra prometida, pode celebrar a
Páscoa da libertação da escravidão no Egito. O próprio Deus lhe disse: “Hoje
tirei de cima de vós o opróbrio do Egito” (Josué 5,9). Assim também acontece
com quem se deixa conduzir por Deus. A libertação acontece. A vida de sentido é
realizadora. A novidade da presença de Deus é notada. Tudo é novo. Até os
sacrifícios e as dificuldades não são grandes pesos. Tudo é meio de
regeneração, como os sofrimentos e a Páscoa de Jesus.
Mas nós sozinhos não somos capazes de
tirar todo o peso de nossos limites e pecados para vivermos a vida nova tão
desejada em nosso íntimo. É preciso confiarmos e pedirmos a misericórdia do
Senhor. Jesus narra a parábola do filho pródigo, indicando a realidade da
grande misericórdia de Deus para com cada filho pecador (Cf. Lucas 13,1-2). Não
há erro ou pecado tão grande que seja maior do que a bondade e o perdão de
Deus. Por isso, temos de ter a coragem de reconhecer nossos erros e a grande
compaixão do Senhor. Abrir-se a Ele é nossa salvação. Ensinar à juventude, para
que ela também ensine aos outros, a mudança para se ser eternamente jovem, é o
grande segredo do amor divino. Ele nos torna novas criaturas e nos
possibilita consertar o mundo, com a mudança do ser humano, a partir das
coordenadas da misericórdia de Deus. Somo veículos transportadores dessa
misericórdia para anunciarmos a todos que é possível viver a vida nova de
ressuscitados pelo amor do Senhor.
A Campanha da Fraternidade nos chama a
atenção não só para valorizarmos a juventude; também para nós mesmos sermos
fonte da renovação feita por nossa conversão e assumirmos a misericórdia de
Deus.
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