Sex, 31
de Maio de 2013 11:30 / Atualizado - Sex, 31 de Maio de 2013 11:33 por: cnbb
Dom José Alberto Moura, CSS
Arcebispo Metropolitano de Montes Claros (MG)
Arcebispo Metropolitano de Montes Claros (MG)
Vivemos no mundo de muita pluralidade. Não poucas
propostas e atitudes nos remetem ao deserto, parecendo infrutíferas e até de
efeito venenoso no que se refere a valores humanizadores. O diálogo com elas
parece também sem grande efeito. Mas, qual enxerto em galho selvagem, com adubo
na planta e poda de ramos inúteis, pode haver esperança de reversão. É o
trabalho da fé que até remove montanhas.
O desânimo não pode acontecer para quem tem a graça
da fé sobrenatural em Deus e na pessoa de seu Filho, bem como na ação do
Espírito Santo. A evangelização não se faz impondo algo, mesmo de valor, como a
fé. É realizada com alegria de vivê-la, de testemunhar na prática a razão da
mesma, com a conseqüente vida de amor e do bem aplicado ao semelhante. Leva à
convicção da vivência da ética e do trabalho em benefício da comunidade,
especialmente aos deixados de lado na vida digna. O diálogo, a amizade, a
fraternidade e a proposta feita na simplicidade, o serviço prestado, a visita e
a boa acolhida têm mais chance de dar resultados. A fé não visa em primeiro
lugar o arrebanhamento ou o sectarismo e sim, acima de tudo, o bem à pessoa,
com a proposta de vida apresentada por Jesus.
Não basta a pessoa dizer-se religiosa e fazer
alguns atos de manifestação da religiosidade. É preciso viver a fé entusiasta,
coerente, perseverante e de encantamento no seguimento a Jesus Cristo e na
prática de seus ensinamentos. Muitos querem uma religião “ligth”, ou seja, que
venha de acordo com suas conveniências e, até, mesmo, mudando as exigências e
os ensinamentos divinos contidos na Bíblia e no ensinamento dos Apóstolos. Não
nos basta dizer não. É preciso saber dizer os porquês e mesmo apresentar os
motivos de Cristo, que ensinou o caminho que leva à vida plena e é mais
exigente e de caminho mais estreito. Além disso, é preciso também compreender
que nem todos têm a mesma velocidade no caminho da fé. Jesus, apesar de
apresentar o ideal mais elevado, como a de sermos perfeitos como o Pai, foi
profundamente misericordioso e pedagógico. Ele ensina que nem todos têm a
capacidade de compreensão. Mas ensina a não se pecar mais e rejeitou os que,
propositalmente se opunham a Ele e ao que Ele ensinava. Muitos não o seguiram
mais depois que Ele desafiou sua anti-fé: “A partir desse momento, muitos
discípulos voltaram atrás, e não andavam mais com Jesus” (Jo 6,66).
No meio de tanta aridez somos convidados a
apresentar Jesus e seu caminho para as pessoas perceberem que a fé é
conveniente e de grande ajuda para o ser humano acertar com seus desejos mais
profundos de realização humana. Nessa perspectiva, muitos se enganam com os
ídolos da autossuficiência, da absolutização da matéria, da busca de conforto a
todo custo e do endeusamento do próprio orgulho e desejo de superioridade.
Jesus propõe o caminho que leva ao tesouro escondido. Ele recrimina os falsos
pastores ou mercenários. Ele se confirma como o verdadeiro Pastor, que busca
até a ovelha perdida. A fé nele não decepciona, como muitos líderes humanos que
enganam o povo e rouba as ovelhas. Ele prova a consistência da fé em quem
acredita na sua pessoa. Sua ressurreição basta para basear totalmente nossa fé.
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