Qua, 12
de Junho de 2013 10:21 / Atualizado - Qua, 12 de Junho de 2013 10:22 por: cnbb
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)
Arcebispo de Uberaba (MG)
Cada pessoa passa por momentos de escolha, chamado
de vocação, para seu seguimento na vida. O primeiro objetivo deste caminho é a
realização pessoal, a felicidade sustentável. Mas nem todos conseguem acertar o
alvo verdadeiro, tendo que enfrentar uma realidade que não condiz com sua identidade,
com sua vocação. Isto acontece muito no mundo profissional.
A escolha certa proporciona libertação verdadeira.
Estar num lugar errado é viver a prática da escravidão. A atitude de Jesus
Cristo foi de acolher aqueles que
foram marginalizados pela sociedade.
Marginalização, muitas vezes, causada pela falta de oportunidades na escolha da
profissão ou da vocação para o estado de vida, que é fundamental para o
indivíduo ter esperança de futuro.
Hoje as opções, de forma geral, são inúmeras, até
dificultando nossa capacidade de definição e de escolha. No mundo consumista,
por exemplo, tudo que é escolhido cai no esvaziamento e na ânsia por novidades.
Somos insaciáveis e vulneráveis, caindo numa condição de frustração e
irrealização. Isto vem acontecendo até com quem é bem estruturado em sua
identidade pessoal.
O equilíbrio psicossocial e espiritual pode
garantir uma vida com dimensões maduras, seja em nível humano como também no
patamar transcendente. É uma vida que deve ser vivida na fé no Deus que deu a
vida por nós. É a prática da justiça que não vem pelo cumprimento da Lei, mas
pelo caminho da renúncia na escolha.
A vida tem sentido quando vivida no amor, na
capacidade de doação realizada de forma desprendida e sem um cunho propriamente
comercial. Nos ensinamentos bíblicos isto está bem definido, ancorado no
testemunho dado por Jesus Cristo. Ele morreu na cruz por amor, convidando-nos a
seguir seu espírito de doação nos fatos diários de sofrimento que nos
acompanham.
Sabemos que não é fácil ir contra a maré, contra
uma cultura que endeusa a vida sem sacrifício, como “gozo” apenas. Isto causa
felicidade passageira, descompromissos nos momentos mais difíceis e
incapacidade para enfrentá-los. A vida fácil, com irresponsabilidade a base
para uma escolha sem sustentação.
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