Sex, 14
de Junho de 2013 10:32 por: cnbb
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
Bispo de Campos (RJ)
O Evangelho deste Domingo nos apresenta o amor da
mulher pecadora que regou com suas lágrimas os pés do Senhor. A
cena questiona radicalmente uma propaganda do poder público que foi sustada
pelo ministro da saúde: “ Sou feliz por ser prostituta!”.
Pensar que uma mulher pode ser feliz por vender seu
corpo a qualquer um, é ter um conceito muito equivocado e certamente contrário
a dignidade da mulher. A prostituição é de veras algo que depõe
contra o amor a vocação a que todo o ser humano foi chamado, esta opressão
contra a mulher e contra a humanidade deve ser combatida com o abolicionismo.
Não podemos consentir que a prostituição seja um
mal menor ou tolerável, e que como sempre existiu temos que nos conformar com
regulamentar e aprovar o estatuto da prostituta, dar carteira trabalhista e
reconhecer esta “profissão”. Seria o mesmo que trair o Evangelho de
Jesus, a liberdade e dignidade humanas, pois, quando um ser humano vira
mercadoria exposta no mercado do prazer, estamos assistindo a negação da sua
personalidade.
Jesus não condena e julga as prostitutas, ao
contrário, as acolhe em seu Reino chamando-as a o seguirem pelo caminho do
verdadeiro amor e da graça, mas sim abomina a situação e a estrutura perversa
que leva uma mulher ou homem a se prostituir.
A pastoral da mulher prostituída deve se ocupar com
a dignificação e libertação destas pessoas, mostrando que a Igreja é a sua
casa, seu lugar, pois o Mestre Divino nos ensina a olhar para estas irmãs com
carinho, convidando-as como a todos (as) à conversão de vida,
acolhendo-as e ajudando-as na caminhada, evitando os juízos precipitados e
carentes de misericórdia, como os do fariseu do Evangelho.
A verdadeira justiça, afirma São Gregório Magno,
tem compaixão; a falsa pelo contrário, indigna-se. Muitos são
como Simão o anfitrião, esquecendo a sua condição passada ou presente, de
pobres pecadores que somos, quando vêem os pecados dos outros, imediatamente,
sem piedade, deixam-se levar pela indignação, ou apressam-se a julgar, ou
riem-se ironicamente deles. Não pensam no convite de são Paulo:”
Levai os fardos uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo” (Gal.
6,1-2). Deus seja louvado!
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