Ter, 11
de Junho de 2013 12:33 por: cnbb
Dom Nelson Westrupp, scj
Bispo Diocesano de Santo André (SP)
Bispo Diocesano de Santo André (SP)
Ao longo do mês de junho, somos convidados a
renovar e a intensificar nossa devoção e nosso amor ao Sagrado Coração de
Jesus. O discípulo, que se recostou sobre o peito de Jesus (cf. Jo 13, 25),
aponta o caminho para crescermos na intimidade, na amizade e na experiência do
Coração, que tanto nos amou e entregou sua vida para nos salvar e reconciliar
com o Pai.
Para que nossa devoção ao Coração de Jesus seja
sólida e bem enraizada, precisamos entender qual a largura, o comprimento, a
altura e a profundidade do amor de Cristo ( cf. Ef 3, 17- 1a).
Penetrando o Coração de Cristo, contemplando o Lado
aberto do Crucificado, sinal do amor total a nós, descobriremos, aos poucos, os
segredos mais íntimos da Pessoa de Jesus; fortaleceremos nossa amizade com Ele;
faremos experiência inesquecível da Sua bondade, da Sua misericórdia e do Seu
amor.
O Lado aberto do Senhor é uma proposta de caminhar
e de reproduzir as atitudes de Cristo em nossa própria vida. O apóstolo e
evangelista João, o discípulo amado, percorreu essa estrada, conheceu e creu no
amor que Deus tinha por ele (cf. Jo 19, 26); perseverou na escuta da Palavra de
Deus, testemunhando e anunciando o que viu e ouviu (cf. 1 Jo 1, 1-2); marcou
presença ativa na companhia de Jesus, seguindo o Mestre no Tabor e no Calvário;
passou por provações, perseguições, torturas e exílio; fez experiência do
“sepulcro vazio” (cf. Jo 20, 2-10).
Diariamente podemos “experimentar” o Coração
misericordioso de Cristo em nossa vida: ouvindo sua Palavra, participando na
Eucaristia, reclinando nossa cabeça sobre o peito de Jesus, na adoração
eucarística, momento único para aprofundarmos nossa amizade com Ele...
Todas essas experiências, porém, poderão reduzir-se
a exercícios rotineiros e a atos frios, se nossa experiência de Cristo não
chegar aos nossos irmãos e irmãs. Por exemplo, reconheço Cristo nos meus
irmãos, sobretudo, nos mais necessitados? Que distância preciso para
reconhecê-Lo? O “discípulo amado” tinha grande facilidade para “reconhecer” o
Senhor ressuscitado.
Nossas comunidades cristãs são convidadas a “mudar”
o ambiente, isto é, a se tornarem apostólicas... É preciso fazer de
nossas comunidades paroquiais verdadeiras “centrais geradoras” de amor, de
bondade, de misericórdia, de calor humano, de solidariedade, de
fraternidade e de amor. Esse é o testemunho que nossos contemporâneos mais
apreciam em nós.
Ainda que a estrada até o coração de nossos irmãos
seja escorregadia, “gelada” ou “congelada”, sempre é possível recorrer às
“correntes” da paciência e do amor. Precisamos aprender a ver nosso irmão como
Cristo o vê, amá-Lo como Ele amou...
“Nisto sabemos o que é o amor: Jesus deu a vida por
nós” (1 Jo 3, 16). Não há hora marcada para amar...
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