segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Pontes para o perdão...


Pontes para o perdão

As pontes superam as dificuldades do caminho

Pontes unem territórios separados. Quando uma ponte é construída, as dificuldades são superadas. O impossível torna-se possível e o que era distante se torna próximo. A travessia sempre é feita com segurança quando uma ponte se encontra em um bom estado de conservação. Muitos acidentes já ocorreram devido ao mal estado de conservação de muitas pontes que ficaram velhas e se terioraram pela falta de cuidados.

Quando uma ponte é construída, faz-se necessário uma conservação periódica; caso contrário, o tempo irá desgastar o que foi construído para durar uma vida toda. Nos processos humanos de relacionamento, as pontes são necessárias, pois elas
unem pessoas, aproximam o distante e as dificuldades se tornam mais fáceis de serem superadas.

Infelizmente, muitos tem se tornado, ao longo da vida, engenheiros na arte de construir muros. Separaram-se da vida e das pessoas, vivem isolados nos labirintos do isolamento que construíram para si mesmos. Muitos estão separados de seus familiares por uma desavença que nunca foi perdoada. Construíram um muro de rancor e de falta de perdão. Destruir este muro para muitos seria como perderem uma falsa segurança construída no ódio e no desejo de serem os donos da verdade. 



Somente o amor pode construir uma ponte, na qual Deus é o alicerce. Contudo, nem sempre é fácil construir uma ponte que nos devolva os laços perdidos em tempos de outrora. Sempre será necessário um elemento fundamental nesta construção. A humildade é característica das pessoas que olham para as dificuldades e se reconhecem pecadoras e limitadas. Humilde é aquele que aprende com a vida e se torna, a cada dia, uma pessoa nova. Quem não aprender a ser humilde passará a vida fazendo das relações humanas um muro que irá lhe impedir de ver o sol de novas possibilidades.

Jesus não se contentou em anunciar a Boa Nova do Reino apenas para aqueles que estavam ao seu lado. Ele fez da vida uma ponte que o levava aos territórios pagãos, onde muitos se encontravam sem sentido. O amor de Cristo fez da vida uma ponte de novas esperanças. Muitos que se encontravam distantes de Deus tiveram a dignidade da vida restabelecida e puderam sentir, na alma, a ternura de um Deus que os acolhia incondicionalmente. Diante da divindade do Messias, atravessaram a ponte do amor e puderam receber o abraço que lhes anunciava uma nova vida.

O perdão que Jesus concedia
 sempre foi uma ponte que ligava o território do pecado ao tempo de uma vida nova. O muro que separava as pessoas impuras do amor de Deus foi destruído quando Cristo olhou além das aparências e amou profundamente aqueles que já estavam presos em labirintos que haviam construído em muitos corações.

Quando aprendemos a olhar com compaixão para cada irmão e irmã, descobrimos que um tempo novo sempre recomeça e, assim, estabelecemos laços de paz e amor que duram por toda a eternidade.

É o Espírito Santo que conserva as pontes que criamos. Ele restaura pontes velhas e as faz totalmente novas para que muitos outros possam chegar ao nosso coração e, assim também, possamos chegar com segurança a muitos outros corações. Um muro começa a ser destruído quando o amor de Deus começa verdadeiramente a ser matéria-prima para as nossas construções de um tempo novo anunciado por Jesus Cristo.

Padre Flávio Sobreiro
Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP. Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre - MG. Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo (Cambuí-MG). Padre da Arquidiocese de Pouso Alegre - MG.
Facebook.com/padreflaviosobreiroe
 http://www.flaviosobreiro.com


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