Qui, 04
de Julho de 2013 14:50 / Atualizado - Qui, 04 de Julho de 2013 15:33 por: cnbb
O Conselho Nacional do Laicato do
Brasil - CNLB manifestou publicamente por meio de notas contra a redução da
maioridade penal e sobre as manifestações populares no país. A presidência do
CNLB declarou que “assim como a CNBB, acreditamos que a redução da Maioridade
Penal não elimina o contexto de violência e de morte que vivenciamos nos dias
de hoje em nossa sociedade brasileira”. Sobre as manifestações, o Conselho do
Laicato demonstrou apoio aos “movimentos populares que vêm ocorrendo em todos
os recantos do país, excluindo, veementemente, toda e qualquer ação e reação de
destruição e violência por parte de manifestantes e do Estado”.
Leia a
notas na íntegra:
Moção
contra a redução da maioridade penal
A XXXII Assembleia Geral Ordinária do CNLB
realizada no Centro Nova Evangelização (CENE) em Cuiabá/MT, dos dias 30 de maio
a 02 de junho de 2013 vem através de seus representantes se posicionar Contra a
Redução da Maioridade Penal, pois somos leigos/as, cristãos/as, e temos em
nossa essência batismal a defesa da vida em todas as
circunstâncias. Acreditamos que crianças e adolescentes necessitam de uma
ação concreta do Poder Público e da sociedade, para que tenham condições de se
desenvolver integralmente como pessoa humana, tendo os direitos sociais
efetivados de acordo com as necessidades deste grupo, principalmente nas
políticas públicas de educação, saúde e assistência social.
Lembramos também que muitas dessas crianças e
adolescentes estão em situação de risco, com alta vulnerabilidade social,
desamparados pelas políticas públicas desde o inicio de suas vidas. Como
anunciou o jovem Nazareno Jesus Cristo: “Eu vim para que todos tenham vida e a
tenham em abundância” (João – 10,10), defendemos a vida digna e o pleno
cumprimento dos direitos e deveres de crianças, adolescentes e jovens de nosso
país.
“A campanha sistemática de vários meios de
comunicação a favor da redução da maioridade penal violenta a imagem dos
adolescentes esquecendo-se de que eles são também vítimas da realidade injusta
em que vivem” (Brasília, 16/05/13 - CNBB).Assim como a CNBB, acreditamos que a
redução da Maioridade Penal não elimina o contexto de violência e de morte que
vivenciamos nos dias de hoje em nossa sociedade brasileira. Por isso nos
posicionamos Contra a Redução da Maioridade Penal e a Favor da vida plena de
nossas crianças, adolescentes e jovens, continuando firmes na luta pela vida.
Nota do CNLB sobre as manifestações populares
O Conselho Nacional do Laicato do Brasil - CNLB vem
a público manifestar o reconhecimento e apoio às manifestações populares que
vêm ocorrendo em todos os recantos do país, excluindo, veementemente, toda e
qualquer ação e reação de destruição e violência por parte de manifestantes e
do Estado."A violência e a injustiça são, hoje, o sinal mais evidente do
fracasso da nossa sociedade no plano ético." ( CNBB 50, 117
). Reconhecemos o que tem sido realizado pelas Administrações Públicas em
todos os níveis, porém, é incontestável que grandes mudanças têm sido adiadas
sem motivo e situações de injustiça e corrupção têm sido mantidas e
reproduzidas em detrimento de políticas públicas inadiáveis. "A
Democracia é aprendizado e conquista, dá trabalho e sofrimento, mas vale a
pena!". A "indignação ética" é própria da cidadania e sinaliza
um crescimento de qualidade cívica da juventude e do povo brasileiro em geral.
Que os chamados "Poderes constituídos"
não apenas respeitem e reconheçam a legitimidade das manifestações, mas
"obedeçam" ao clamor que vem das ruas, da cidade e do campo. Que os
Meios de Comunicação Social estejam a serviço do bem comum: "A sociedade
tem direito a uma informação fundada sobre a verdade, a liberdade, a justiça e
a solidariedade."(Catecismo da Igreja Católica, 2494). Que a
segurança seja garantida dentro dos princípios éticos. "A justiça sem a
força é impotente; a força sem a justiça é tirânica. É preciso juntar a justiça
e a força; para consegui-lo é preciso fazer com que o que é justo seja forte e
o que é forte seja justo". (Pascal). Conclamamos a todas e a todos a
participarem, com verdadeiro espírito de cidadania, com coragem e disposição,
deste momento histórico brasileiro, na perspectiva de uma Pátria livre, soberana,
justa e solidária.
Brasília, 26 de junho de 2013.
MARILZA JOSÉ LOPES SCHUINA
PRESIDENTE DO CNLB
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