Sex, 05
de Julho de 2013 09:27 / Atualizado - Sex, 05 de Julho de 2013 09:34 por: Rádio
Vaticano
Lumen Fidei - A luz da fé, assim
se intitula a primeira Encíclica do Papa Francisco que hoje foi apresentada em
conferência de imprensa, no Vaticano. Dirigida aos bispos, sacerdotes,
diáconos, religiosos e religiosas e a todos os fiéis leigos, a Encíclica –
explica o Papa Francisco - já estava "quase completada" por Bento
XVI. Àquela "primeira versão" o atual Pontífice acrescentou "ulteriores
contribuições". A finalidade do documento é recuperar o caráter de luz que
é específico da fé, capaz de iluminar toda a existência humana.Quem acredita
nunca está sozinho, porque a fé é um bem comum que ajuda a edificar as nossas
sociedades, dando esperança. E’ este é o coração da Lumen fidei.
Numa época
como a nossa, a moderna - escreve o Papa - em que o acreditar se opõe ao
pesquisar e a fé é vista como um salto no vazio que impede a liberdade do
homem, é importante ter fé e confiar, com humildade e coragem, ao amor
misericordioso de Deus, que endireita as distorções da nossa história.
Testemunha fiável da fé é Jesus, através do qual
Deus atual realmente na história. Como na vida de cada dia confiamos no
arquiteto, o farmacêutico, o advogado, que conhecem as coisas melhor que nós,
assim também para a fé confiamos em Jesus, um especialista nas coisas de Deus.
A fé sem a verdade não salva, diz em seguida o Papa – fica a ser apenas um
bonito conto de fadas, sobretudo hoje em que se vive uma crise de verdade,
porque se acredita apenas na tecnologia ou nas verdades do indivíduo, porque se
teme o fanatismo e se prefere o relativismo. Pelo contrário, a fé não é
intransigente, o crente não é arrogante: a verdade que vem do amor de Deus não
se impõe pela violência, não esmaga o indivíduo e torna possível o diálogo
entre fé e razão.
Se torna, portanto, essencial a evangelização: a
luz de Jesus brilha no rosto dos cristãos e se transmite de geração em geração,
através das testemunhas da fé. Mas de uma maneira especial, a fé se transmite
através dos Sacramentos, como o Batismo e a Eucaristia, e através da confissão
de fé do Credo e a Oração do Pai Nosso, que envolvem o crente nas verdades que
confessa e o fazem ver com os olhos de Cristo. A fé é uma, sublinha o Papa, e a
unidade da fé é a unidade da Igreja. Também é forte a ligação entre acreditar e
construir o bem comum: a fé torna fortes os laços entre os homens e se coloca
ao serviço da justiça, do direito e da paz. Essa não nos afasta do mundo, muito
pelo contrário: se a tirarmos das nossas cidades, ficamos unidos apenas por
medo ou por interesse. A fé, pelo contrário, ilumina a família fundada no
matrimônio entre um homem e uma mulher; ilumina o mundo dos jovens que desejam
“uma vida grande", dá luz à natureza e nos ajuda a respeitá-la, para
"encontrar modelos de desenvolvimento que não se baseiam apenas na
"utilidade ou lucro, mas que consideram a criação como um dom”. Mesmo o
sofrimento e a morte recebem um sentido do fato de confiarmos em Deus, escreve
ainda o Pontífice: ao homem que sofre o Senhor não dá um raciocínio que explica
tudo, mas a sua presença que o acompanha. Finalmente, o Papa lança um apelo:
"Não deixemos que nos roubem a esperança, não deixemos que ela seja
frustrada com soluções e propostas imediatas que nos bloqueiam o caminho para
Deus”.
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