Sex, 19
de Julho de 2013 17:17 / Atualizado - Sex, 19 de Julho de 2013 17:18 por: cnbb
Dom Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)
Os jovens chegaram! Essa cidade maravilhosa se
enfeitou ainda mais com a presença de todos durante esses dias! Estão chegando
de todos os lados do mundo. Primeiro foram os voluntários. Aos poucos começam a
chegar os peregrinos. Na semana que entra todos os caminhos conduzirão ao Rio
de Janeiro! Com muita alegria, acolho todos vocês, queridos jovens, que
aportaram na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro para um encontro com
Cristo. Olhando para o Corcovado, contemplamos o Cristo Redentor que, de braços
abertos para a cidade maravilhosa, nos convida a todos para o mandamento
missionário, como tema de nossa semana de encontros, orações, celebrações,
partilhas, catequeses, confissões, vigílias, adoração, via-sacra,
entretenimento espiritual, e, acima de tudo, o encontro com o Senhor e
testemunho de que Cristo Ressuscitado vive e nos convida a "ir e fazer
discípulos entre todas as nações!" (cf. Mt 28,19).
Os jovens vêm de longe ou de perto, do Brasil e do
exterior. O afastamento da cidade ou da pátria é algo que Deus às vezes exige
dos homens que escolhe; aceitá-Lo com fé na sua promessa é sempre uma condição
misteriosa e fecunda para o desenvolvimento e o crescimento do povo de Deus na
Terra. O Senhor disse a Abraão: "Sai da tua terra, da tua pátria e da tua
casa paterna e vai para a região que eu te mostrar. E eu farei sair de ti um
grande povo e te abençoarei; engrandecerei o teu nome e serás uma fonte de
bênção" (cf. Gn 12,1).
A verdade e a força do mandato missionário nascem das profundezas do mistério da Redenção, e a sua obra evangelizadora entre os povos deve constituir um elo importante na missão que o Salvador confiou à Igreja até o fim dos tempos. Ela constituiu – numa época determinada e em circunstâncias concretas – o cumprimento das palavras de Cristo que, com o poder da sua Cruz e da sua Ressurreição, ordenou aos apóstolos: "Pregai o Evangelho a toda criatura" (Mc 16, 15). "Ide, ensinai todas as gentes" (Mc 28,19). Os peregrinos da JMJ, impelidos pelo mandato apostólico, irão se deixar orientar pelo ideal apostólico de São Paulo: "De fato, todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, pois quando fostes batizados em Cristo, revestistes-vos de Cristo. Não há judeu nem gentio, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher: todos vós sois um só em Cristo Jesus" (cf. Gl 3,26-28).
A verdade e a força do mandato missionário nascem das profundezas do mistério da Redenção, e a sua obra evangelizadora entre os povos deve constituir um elo importante na missão que o Salvador confiou à Igreja até o fim dos tempos. Ela constituiu – numa época determinada e em circunstâncias concretas – o cumprimento das palavras de Cristo que, com o poder da sua Cruz e da sua Ressurreição, ordenou aos apóstolos: "Pregai o Evangelho a toda criatura" (Mc 16, 15). "Ide, ensinai todas as gentes" (Mc 28,19). Os peregrinos da JMJ, impelidos pelo mandato apostólico, irão se deixar orientar pelo ideal apostólico de São Paulo: "De fato, todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, pois quando fostes batizados em Cristo, revestistes-vos de Cristo. Não há judeu nem gentio, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher: todos vós sois um só em Cristo Jesus" (cf. Gl 3,26-28).
Além de um grande respeito pelas pessoas e da
solicitude desinteressada pelo seu verdadeiro bem, o peregrino, que se coloca
como discípulo-missionário de Jesus, deve demonstrar ter também os adequados
recursos de energia, de prudência, de zelo e de caridade, indispensáveis para
levar a luz aos fiéis cristãos e, ao mesmo tempo, para lhes indicar o bem e
para ajudá-los concretamente a alcançá-lo. Este é o objetivo que deve nortear a
todos os que, terminada a JMJ, passarão aqui mesmo em nossa cidade e,
particularmente depois desta Jornada, para levar o Evangelho; procurando
integrar-se nas realidades secularizadas e hostis ao anúncio do Evangelho e
compartilhar em tudo a sua sorte, particularmente àqueles que vivem nas
periferias.
A ingente missão do Cristo Redentor, confiada à
Igreja, está ainda bem longe do seu pleno cumprimento. Após a Sua vinda, uma
visão de conjunto da humanidade mostra que tal missão está ainda no começo, e
que devemos empenhar-nos com todas as forças no seu serviço. É o Espírito Santo
que impele a anunciar as grandes obras de Deus! "Porque se anuncio o
Evangelho, não tenho de que me gloriar, pois que me foi imposta esta obrigação:
ai de mim se não evangelizar!" (1 Cor 9, 16).
Qual deve ser a intenção dos peregrinos? O que me
anima e deve animar os romeiros a proclamar a urgência da evangelização
missionária é que ela constitui o primeiro serviço que a Igreja pode prestar ao
homem e à humanidade inteira. No mundo de hoje, que, apesar de conhecer
realizações maravilhosas, parece ter perdido o sentido último das coisas e da
sua própria existência, a nova evangelização é tarefa urgente! Nosso Senhor
Jesus Cristo revela plenamente o homem a si próprio. O homem que a si mesmo se
quiser compreender profundamente deve aproximar-se de Cristo. A Redenção,
operada na Cruz, restituiu definitivamente ao homem a dignidade e o sentido da
sua existência no mundo. Nesse sentido, urge promover e conscientizar da
necessidade das vocações missionárias; estimulando os teólogos a aprofundar e
expor sistematicamente os vários aspectos da missão; relançar a missão, em
sentido específico, comprometendo as Igrejas particulares a mandarem e a
receberem missionários; garantir aos não-cristãos, revelando a todos os homens
e mulheres de boa vontade, o amor de Deus manifestado em Cristo Jesus.
O Concílio Ecumênico Vaticano II ofereceu um grande
realce ao papel da Igreja em favor da salvação da humanidade. Enquanto
reconhece que Deus ama todos os homens e lhes dá a possibilidade de se salvarem
(cf. 1 Tim 2, 4), a Igreja professa que Deus constituiu Cristo como único
mediador e que ela própria foi posta como instrumento universal de salvação.
"Todos os homens, pois, são chamados a esta católica unidade do Povo de
Deus (...) à qual, de diversos modos, pertencem ou estão ordenados quer os
fiéis católicos, quer os outros crentes em Cristo, quer universalmente todos os
homens chamados à salvação pela graça de Deus". É necessário manter unidas
estas duas verdades: a real possibilidade de salvação em Cristo para todos os
homens, e a necessidade da Igreja para essa salvação. Ambas facilitam a
compreensão do único mistério salvífico, permitindo experimentar a misericórdia
de Deus e a nossa responsabilidade. A salvação, que é sempre um dom do Espírito
Santo, supõe a participação do homem para se salvar tanto a si próprio como aos
outros. Assim o quis Deus e, por isso, estabeleceu e comprometeu a Igreja no
plano da salvação. Este povo messiânico – ensina o Concílio – estabelecido por
Cristo como uma comunhão de vida, amor e verdade, serve também, nas mãos d'Ele,
de instrumento da redenção universal, sendo enviado a todo o mundo como luz
desse mundo e sal da terra.
Vivamos nesta intensa JMJ que se aproxima a busca
do rosto sereno e radioso de Jesus Cristo! Que estes dias sejam de encontro com
Cristo, ouvindo a sua voz, caminhando com Ele e testemunhando-O a todas as
pessoas de boa vontade. Que a Cruz de Cristo, que peregrinou pelo Brasil e por
alguns países da América Latina, nos ilumine a tomar a nossa cruz diária e
testemunhá-la a todos os homens e mulheres que procuram o seu “encontro” com o
Redentor! Que o povo de nossa amada Arquidiocese continue acolhendo, com o
jeito bem carioca, todos os peregrinos com carinho e muito calor humano que só
o carioca sabe fazer. Sejam bem-vindos e vivamos esta semana no clima da fé de
permanente escuta e vivência da escola do amor, da caridade e da paz que brota
do Cristo Redentor, que a todos acolhe de braços abertos!
Que todos nós, peregrinos e fiéis, tenhamos uma
frutuosa e apostólica JMJ-Rio 2013! Feliz Jornada para todos!
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