De
28 de julho a 2 de agosto, a Pastoral da Criança realiza o Congresso
Nacional comemorativo aos seus 30 anos. O evento, realizado junto ao
Santuário Nacional de Aparecida (SP) reúne cerca de quinhentos
participantes, entre coordenadores da Pastoral nos estados, setores e
núcleos, além da equipe nacional, assessores técnicos, palestrantes e
outros convidados.
Na abertura do evento, no último
domingo, a atual coordenadora nacional, irmã Vera Lúcia Altoé (foto),
destacou a relevância da celebração. “Este é um momento histórico de
congregação para partilhar experiências, animar na missão, traçar metas e
prioridades para os próximos anos”. Também estão presentes
representantes da Pastoral da Criança de vindos das Filipinas, Angola,
Guatemala, Panamá, República Dominicana, Peru, Argentina, Colômbia e
Paraguai.
O
tema central do congresso “A criança como prioridade absoluta” foi
exposto pelo médico Nelson Arns Neumann, coordenador nacional-adjunto e
coordenador da Pastoral da Criança Internacional. Com a diminuição do
índice de mortalidade infantil, a entidade volta-se agora para novos
desafios. Ser referência para a criança em situação de vulnerabilidade é
uma das prioridades da Pastoral para os próximos três anos.
“Como referência, mas não como
executora” explicou Neumann. “Ela não vai resolver todos os problemas
relacionados à criança. Mas ela deve encaminhar o problema, articulando e
reforçando a ação do serviço público ou de outras instituições que
atuam com a criança”.
Renovação
A ampliação das ações de vigilância
nutricional para prevenção da obesidade infantil; os cuidados nos
primeiros mil dias (período da gestação mais os dois primeiros anos de
vida da criança); a ampliação do número de crianças acompanhadas e o
aprimoramento da gestão, com objetivo de atingir sua missão, também
estão entre as prioridades da Pastoral da Criança que estão sendo
debatidas no evento.
“A Pastoral da Criança deve ter a
coragem de mudar, de ajustar-se ao mundo atual, mas sem perder a
referência, as suas origens”, avalia Clóvis Boufleur, gestor de relações
institucionais da Pastoral. Para ele, as mudanças econômicas, sociais e
mesmo o avanço das novas tecnologias afetam as ações da Pastoral da
Criança, assim como das famílias acompanhadas.
As ações realizadas hoje pelos líderes
voluntários não têm o mesmo impacto do início da pastoral. Com a redução
do índice de mortalidade infantil, na maioria das cidades, e a
desnutrição sob controle no país, agora os líderes enfrentam novos
desafios. Os resultados da ação, que no início eram imediatos, agora
demoram a aparecer e dependem de muitos fatores que não estão na
governabilidade dos voluntários.
Com base nos três pilares da entidade -
agir, organizar e comunicar - a proposta é atuar nos pontos de atenção,
ou seja, situações-problemas encontrados e que preocupam os líderes nas
comunidades. Os principais pontos de atenção já identificados estão
relacionados com a gestante, a criança e o líder.
“Além do Sistema de Informação, agora
vamos ter um Sistema de Informação e Comunicação que vai utilizar as
novas tecnologias de informação para integrar a comunicação da
coordenação nacional diretamente com as bases, os líderes nas
comunidades”, explicou Boufleur.
De acordo com ele “a Pastoral da Criança
como referência para o cuidado com a criança prevê, agora, uma ação
sistemática”. É responsabilidade da Pastoral da Criança encontrar
resposta sem se omitir para o ponto de atenção relatado pelo líder.
Atender ou resolver os problemas encontrados ficam sob a
responsabilidade das coordenações ou, quando necessário, pela
coordenação nacional em articulação com órgãos de governo, entidades e
movimentos sociais relacionados às questões ou cuidados com a criança.
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