Na
chamada de “Via Sacra solidária dos jovens”, atores conhecidos como Eriberto
Leão, Narjara Tureta, Cássia Kiss, Livian Aragão, Murilo Rosa a cantora Elba
Ramalho, a apresentadora Ana Maria Braga representam as 14 estações da Paixão e
Morte de Jesus.
Ao
som de matracas e com a cruz peregrina, que pesa 31 quilos, sendo levada de
estação em estação, tendo como guardiões militares, escoteiros e outros jovens,
foram realizadas as cenas da Via Sacra com estrutura bem simples: uma narração
e uma meditação. Em cada uma das meditações, Jesus é representado por uma
pessoa que sofre ou por alguém que caminha nessa vida procurando ser fiel a
Deus e ao seu convite de amor como os que respondem à vocação que recebem,
segundo os textos das reflexões apresentadas.
Um exemplo, segundo o Diretor da espetáculo,
Ulysses Cruz, na encenação da sexta estação, quando Verônica enxuga o rosto de
Cristo, todas as mulheres são Verônica. E a meditação se estendeu a situações
em que as mulheres se debruçam sobre Mulheres prostituídas, famílias na
miséria, jovens desempregados, minorias tratadas com preconceito foram os
exemplos dados na meditação que mostrou “que a face de Jesus fica estampada no
lenço da solidariedade”.
Os textos declamados pelos atores e voluntários
foram gravados previamente para dar qualidade e pureza ao som que todos ouviram
durante o espetáculo. Alguns personagens como Maria, vivida pela atriz Cássia
Kiss, foram representados nas cenas sem texto. A ideia foi fugir do realismo
para que as cenas tivessem uma interpretação atual.
“Na hora da dor, melhor falar de Deus é falar com
Deus”, mostrando que rezar é mais importante que explicar a fé foi o que se
destacou, no texto declamado, o narrador da oitava estação. E na décima
estação, um jovem pede que Cristo não permita que essa geração se perca no meio
dos avanços tecnológicos de comunicação, especialmente a internet, e passem a
substituir o contato real com as pessoas pelo contato virtual. Curioso que
foram rapazes engravatados a representar o ambiente de opressão na décima
primeira estação.
A coreografia foi inspirada no barroco mineiro e
português acompanharam cada uma das cenas. Na décima segunda estação,
enfermeiros entraram em cena carregando cadeiras de rodas e abrem uma porta do
cenário, colocando-se de joelhos para passar a ideia da morte de Jesus. Um
médico que acompanha doentes terminais pediu, na meditação, que Jesus fizesse
dele um “missionário da vida” e o convertesse para o serviço aos irmãos.
Na décima terceira estação, quando Jesus é descido
da cruz, com uma reprodução da famosa “La Pietá” de Michelangelo no palco, com
tradução para a sinais de Libra para os surdos-mudos, afirmou-se que, muitas
vezes, todos os discursos são insuficientes e que existem momentos que o
silêncio fala muito mais.
A cruz
peregrina se dirigiu até o palco principal onde está o Papa Francisco para
encenar a última estação. No século XVI foi consolidada 14 estações, mas é
comum encontrar a décima quinta estação nas igrejas, mas que não são, comumente
encenadas, por se tratar da ressurreição de Jesus. E na décima quarta estação,
o ator Murilo Rosa, surpreendeu pedindo a bênção do Papa para ele e para sua
família, antes de recitar o texto bíblico. Uma jovem pediu para que os jovens
sejam enviados nesse tempo de uma nova evangelização. Em seguida, vários
jovens, representando os continentes, fizeram pedidos em várias línguas.
O Papa
fez uma oração para concluir a Via Sacra.
Os textos recitados são de autoria dos padres
dehonianos Zezinho e Joãozinho e as leituras bíblicas também foram feitas por
nomes como o de Bruna Roulin, Luciano Mitchel, Carolina Dutra, Tamires Coelho,
Carol Nemetela, Raphael Najan.
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