Qui, 24 de Janeiro de 2013 08:53 por: cnbb
Dom José Alberto Moura
Arcebispo de Montes Claros
Arcebispo de Montes Claros
Depois da volta dos judeus exilados na
Babilônia para sua terra, o sacerdote Esdras abriu o livro sagrado e o leu para
o povo para a comunidade. O ânimo, a emoção e a alegria
tomaram conta do povo, que manifestou seu agrado e assentimento (Cf. Neemias
8,2-10). Foi como decretar a restauração de sua identidade de família e nação.
O batismo nos configura com uma espécie
de DNA do amor de Deus e
nos faz irmãos e irmãs, com características
diferenciadas, mas todos unidos como as diversas partes do mesmo corpo.
Sobre isso Paulo lembra: “Vós, todos justos, sois o corpo de Cristo
e, individualmente, sois membros desse corpo” (Cf. 1 Coríntios 12,27).
Basta abrirmos o livro das Escrituras Sagradas para vermos a identidade da
Família de Cristo, com vontade de segui-la e a valorizarmos na prática. Então
percebemos que não contamos só com nossas forças para enfrentarmos os desafios
da vida. Quem se fecha em sua religiosidade isolada perde a propulsão advinda
da fonte de energia deixada pelo Filho de Deus em sua Igreja. O isolamento de
quem quer ser a própria regra da religião faz a pessoa ser como uma bateria
fraca e até descarregada, não conseguindo sustentar sua energia da vida.
Na força da Palavra e de demais
ensinamentos apostólicos temos a linha mestra segura que nos identifica com
Cristo e nos coloca em seu caminho de vida. Deste modo, atingimos melhor
a razão de ser de nossa caminhada existencial. Lucas apresenta o itinerário de
Jesus: “Após fazer um estudo cuidadoso de tudo o que aconteceu desde o
princípio, também eu decidi escrever de modo ordenado para ti... poderás
verificar a solidez dos ensinamentos que recebeste” (Lucas 1,3.4). Este
mesmo autor sagrado lembra que Jesus abriu o livro de Isaías e leu o
texto que o próprio Mestre aplicou a si: “Hoje se cumpriu esta passagem da
Escritura que acabastes de ouvir” (Lucas 1,21). O profeta citado falava sobre o
Cristo, ou o Ungido de Deus, que veio proclamar uma nova convivência na
sociedade, em que os deixados de lado superariam suas exclusões e teriam vida
mais saudável em todas as dimensões. Os pobres seriam mais atendidos e teriam
supridas suas necessidades. Enfim, aconteceria a libertação das opressões.
Ler na cartilha de Jesus faz-nos fortes
na fé e na união. Superamos os desânimos. Assumimos a missão de levar a todos o
que Ele nos indica, sendo luz para tantos que não enxergam o sentido da vida e
estão presos nas suas idolatrias do consumismo e materialismo. O Livro da
Palavra Divina, lido, praticado e ensinado, forma o caráter da pessoa para a
prática da justiça, do bem ao próximo e da luta para a convivência em que todos
sejam contemplados pelo amor. Desta forma, todos se sentem solidários e
corresponsáveis pela superação de tudo o que diminui o valor da vida e da
pessoa humana.
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