Qui, 03 de Janeiro de 2013 09:38 por: cnbb
Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena
Bispo de Guarabira (PB)
Bispo de Guarabira (PB)
O serviço da caridade é importante para
a Igreja. O Papa Bento XVI tem indicado à Igreja a caridade como caminho
principal para exprimir ao mundo a natureza da Igreja. Na sua primeira
Encíclica “Deus caritas est” fala que o Código de Direito Canônico não trata
explicitamente da caridade como de responsabilidade específica da missão do
Bispo (cf. DCE, 32). Esta lacuna foi preenchida com a publicação do Motu Próprio
“Intima Ecclesiae Natura” sobre o serviço da caridade, no dia primeiro de
dezembro de 2012, fornecendo normas que sirvam para um ordenamento das diversas
formas de organismos na Igreja a serviço da caridade.
Este serviço constitui
uma expressão da “natureza íntima da Igreja”, assim como a proclamação da
Palavra de Deus e a Celebração dos Sacramentos (DCD, 25).
Sendo assim, é de responsabilidade do
Bispo, como sucessor dos apóstolos, a realização na Igreja do serviço da
caridade. Daí uma atenção particular à promoção deste serviço a nível diocesano
e paroquial, garantindo a comunhão e o diálogo entre os diversos organismos
caritativos. Que todas as Paróquias tenham o serviço da caridade.
As atividades de caridade social sejam
acompanhadas de perto, civil e canonicamente legais e compatíveis com a
doutrina da Igreja Católica. É missão da Igreja viver no amor de Deus e na sua
bondade. Deus é caridade, porque é único, e, contudo, não está sozinho. Ele é
Pai e Filho e Espírito Santo. Estas pessoas divinas se amam e se doam
reciprocamente.
Para uma comunidade cristã a atenção
pelos necessitados e sofredores não é uma atividade acessória à ação da Igreja,
mas é essencial. É necessária a formação do bispo para não se cansar de fazer
da ação pastoral uma atividade caritativa. Como a formação dos fiéis, para que
vivam a caridade e conheçam cada vez mais o mistério de Cristo, modelo de amor.
Esse Motu Próprio sobre o serviço da
caridade, promulgado no Ano da Fé, nos recorda que a fé sem obras é morta, e
sem a fé as obras perdem o seu sentido profundo. Sem esquecer que o serviço da
caridade na Igreja é um grande meio de evangelização. Que a Igreja possa
resplandecer o rosto de Cristo, luz dos povos, da qual ela é apenas reflexo. É
preciso praticar a caridade e por ela expressar o amor de Deus no mundo.
A Fé e a Caridade são inseparáveis.
Deus pede sempre a nossa livre adesão à fé, que se exprime no amor para com Ele
e para com o próximo. Que o Natal seja vivido com fé, na caridade, não só como
uma festa exterior, mas como a Festa do Filho de Deus.
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