Ter, 01 de Janeiro de 2013 10:19 / Atualizado -
Ter, 01 de Janeiro de 2013 10:33 por: CNBB/RADIO VATICANO
Bento XVI celebrou na manhã deste 1º
dia de 2013, na Basílica de São Pedro, a Missa da Solenidade de Maria
Santíssima, a Santa Mãe de Deus. O Papa recebeu os diplomatas que representam
seus países junto à Santa Sé e lembrou que hoje também é o Dia Mundial da Paz.
No início de sua homilia, o Santo
Padre destacou como “é particularmente significativo que no início de cada novo
ano Deus projeta sobre nós, seu povo, a luminosidade de seu santo Nome que é
pronunciado três vezes na solene fórmula da bênção bíblica.
E não menos
significativo é que ao Verbo de Deus – que <<se fez carne e veio habituar
no meio de nós>> como a <<luz verdadeira, que ilumina todo
homem>> – seja dado oito dias após o seu natal – como nos narra o
Evangelho de hoje – o nome de Jesus”. "É por este nome que estamos aqui
reunidos.”
Após, Bento XVI saudou os presentes,
começando pelos Embaixadores do Corpo diplomático acreditado junto à Santa Sé,
seguido por seu Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone. Ao Cardeal
Turkson e a todos os componentes do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz
agradeceu pelo empenho em difundir a Mensagem para o Dia Mundial da Paz, que
este ano tem como tema “Bem-aventurados os construtores de paz".
Falando sobre a inspiração para a
Mensagem do Dia Mundial da Paz deste ano, baseada no Evangelho de São Mateus
‘Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus’,
explicou o Santo Padre: “infelizmente, apesar de o mundo ainda estar marcado
por ‘focos de tensão e de conflitos causados pelas crescentes desigualdades
entre ricos e pobres, pelo prevalecimento de uma mentalidade egoísta e
individualista expressa inclusive por um capitalismo financeiro desregulado’,
bem como por diferentes formas de terrorismo e de criminalidade, tenho a
convicção de que ‘as multíplices obras de paz, das quais o mundo é rico,
testemunham a inata vocação da humanidade à paz. Em toda pessoa o desejo de paz
é aspiração essencial e coincide, de certo modo, com o desejo de uma vida
plena, feliz e bem realizada. O homem é feito para a paz que é dom de Deus”.
E acrescenta: “a bem-aventurança diz
que ‘a paz é dom messiânico e obra humana ao mesmo tempo. É paz com Deus, no
viver segundo a sua vontade. É paz interior consigo mesmo, e paz exterior com o
próximo e com toda a criação’. Sim, a paz é o bem por excelência a ser invocado
como dom de Deus e, ao mesmo tempo, a ser construída com todo esforço”.
Ao meditar sobre o fundamento, a origem
e a raiz desta paz, Bento XVI destaca a figura de Maria, que permaneceu
inabalável diante de tantas dificuldades: “Como podemos sentir a paz em nós,
apesar dos problemas, das obscuridades, das angústias? A resposta nos é dada
pelas Leituras da liturgia de hoje. Os textos bíblicos, sobretudo o texto
extraído do Evangelho de Lucas, pouco antes proclamado, nos propõem contemplar
a paz interior de Maria, a Mãe de Jesus. Cumprem-se para ela, durante os dias
em que <<deu à luz o seu filho primogênito>>, muitos eventos
imprevistos: não somente o nascimento do Filho, mas antes a viagem cansativa de
Nazaré a Belém, o não encontrar lugar no alojamento, a busca fortuita de um
refúgio durante a noite; e depois o canto dos anjos e a visita inesperada dos
pastores. Em tudo isso, porém, Maria não se perturba, não se agita, não fica
transtornada com os fatos maiores do que ela; simplesmente pondera, em
silêncio, o que acontece, guarda-o em sua memória e em seu coração, refletindo
sobre eles com calma e serenidade”.
E ressalta o Santo Padre: “Essa é a
paz interior que queremos ter em meio aos eventos por vezes tumultuados e
confusos da história, eventos dos quais muitas vezes não entendemos o sentido e
que nos desconcertam”.
O Santo Padre, explicando a
identidade de Maria como Mãe de Deus, disse: “segundo a Lei de Moisés, após
oito dias do nascimento, a criança deveria ser circuncidada, e naquele momento
lhe era dado o nome. Deus mesmo, mediante a sua mensagem, havia dito a Maria –
e também a José – que o nome a ser dado ao Menino era <<Jesus>>”.
“Aquele nome que Deus já havia estabelecido antes mesmo que o Menino fosse
concebido, agora lhe é dado oficialmente no momento da circuncisão. E isso
marca uma vez para sempre também a identidade de Maria: ela é <<a mãe de
Jesus>>, ou seja, a mãe do Salvador, do Cristo, do Senhor. Jesus não é um
homem como qualquer outro, mas é o Verbo de Deus, uma das Pessoas divinas, o
Filho de Deus: por isso a Igreja deu a Maria o título de Theotokos, isto é, <<Mãe de Deus>>”.
E recorda Bento XVI, referindo-se à
primeira Leitura: “a paz é dom de Deus e está ligada ao esplendor do rosto de
Deus, segundo o texto do Livro dos Números, que transmite a
bênção usada pelos sacerdotes do povo de Israel nas assembléias litúrgicas”.
“Da contemplação da face Deus nascem alegria, segurança e paz”.
Então Bento XVI explicou o
significado concreto do contemplar a face do Senhor: “Significa conhecê-lo
diretamente, por quanto é possível nesta vida, mediante Jesus Cristo, no que se
revelou. Gozar do esplendor da face de Deus significa penetrar no mistério do
seu Nome a nós manifestado por Jesus, compreender algo da sua vida íntima e da
sua vontade, a fim de que possamos viver segundo o seu desígnio de amor sobre a
humanidade”. “O Filho de Deus feito carne fez-nos conhecer o Pai, fez-nos
perceber em sua face humana visível a face invisível do Pai; através do dom do
Espírito Santo derramado em nossos corações, fez-nos conhecer que n'Ele também
nós somos filhos de Deus”.
E o Santo Padre acrescentou que a
contemplação do esplendor da face de Deus Pai em Jesus Cristo, que nos torna
também filhos, nos dá “a mesma segurança que o menino tem nos braços de um pai
bom e onipotente”, e é nesta contemplação que reside “o princípio daquela paz
profunda - <<paz com Deus>> - que está indissoluvelmente ligada à
fé e à graça”. “Nada pode tirar dos fiéis esta paz, nem mesmo as dificuldades e
os sofrimentos da vida”.
Por fim, o Pontífice pediu a Virgem
Maria, venerada hoje com o título de Mãe de Deus, que nos ajude a contemplar a
face de Jesus, Príncipe da Paz. “Que nos auxilie e nos acompanhe neste novo
ano; alcance para nós e para o mundo inteiro o dom da paz”.
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