MISERICORDIAE VULTUS
Fonte: www.rs21.com.br/noticias/ano-da-misericordia-uma-reflexao/Atualizada
em 08/12/2015
Pe. Guido Mottinelli, rcj
Publicada no dia 13 de abril de 2015, a Bula
pontifícia Misericordiae vultus tem como objetivo a celebração do
Jubileu Extraordinário da Misericórdia. A Bula consta de 25 partes. Nas
primeiras, o Pontífice recorda que, segundo a luz de Jesus, a misericórdia não
é algo abstrato quanto um rosto para reconhecer, contemplar e servir. Ela
apresenta, em primeiro lugar, a Igreja como sinal visível e crível da
misericórdia divina. “A misericórdia é a viga mestra que sustenta a vida da
Igreja”, afirma o Papa.
O Pontífice aborda, também, a temporalidade do
Jubileu, que inicia com o quinquagésimo aniversário do encerramento do Concílio
Vaticano II, no dia 8 de dezembro, e conclui com “a solenidade litúrgica de
Jesus Cristo Rei do Universo, no dia 20 de novembro de 2016. Nesse dia,
fechando a Porta Santa, teremos ante todo sentimento de gratidão e de
reconhecimento à Santíssima Trindade por ter-nos concedido um tempo
extraordinário de graça. Encomendaremos a vida da Igreja, a humanidade inteira
e o imenso cosmos ao Senhorio de Cristo, esperando que difunda sua misericórdia
como o orvalho da manhã, para uma fecunda história, ainda por construir, com o
compromisso de todos no futuro próximo” (n. 5).
Este jubileu tem várias particularidades, além do
tema próprio da convocatória. Uma delas é sua celebração não somente em Roma,
mas também em todas as demais Dioceses do mundo. O Papa abrirá a porta Santa da
Basílica vaticana no dia 8 de dezembro, e o mesmo ocorrerá em todas as igrejas
do mundo no domingo seguinte. Além disso, essa Porta poderá abrir-se nos
santuários, onde afluem numerosos fiéis nos mais diversos lugares.
Com a convocatória ao Jubileu, o Papa Francisco
segue o ensinamento de São João XXIII, que falava da “medicina da
Misericórdia”, e o de Paulo VI, quando ele identificou a espiritualidade do
Vaticano II com o bom samaritano.
A Bula explica o significado do lema do Jubileu –
“Misericordiosos como o Pai”; afirma o porquê da peregrinação e a necessidade
do perdão. O Pontífice também expressa que as obras de misericórdia espirituais
e corporais devem ser redescobertas “para despertar nossa consciência, muitas
vezes ‘adormecida’ diante do drama da pobreza, e para entrar ainda mais no
coração do Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia
divina”.
Outro elemento novo é o envio dos “Missionários da
Misericórdia” para a próxima Quaresma, iniciativa com a qual o Papa ressalta o
específico cuidado pastoral banhado pela misericórdia. Mais adiante o Pontífice
fala das relações entre justiça e misericórdia.
No número 19 o Pontífice realiza sérias
advertências contra a violência organizada e os promotores da corrupção. A esta
“chaga putrefata” o Papa convida a uma verdadeira conversão: “Este é o tempo
oportuno para mudar de vida! Este é o tempo para deixar-se tocar o coração.
Diante de tantos crimes cometidos, escutai o pranto de todas as pessoas
depredadas por vós, da vida, da família, dos afetos e da dignidade. Seguir como
estais é somente fonte de arrogância, de ilusão e de tristeza. A verdadeira
vida é algo bem distinto do que agora pensais. O Papa os tem à mão. Está
disposto a escutá-los. Basta somente que acolhais o chamado à conversão e os
submetais à justiça enquanto a Igreja oferece misericórdia” (n. 19).
O Papa também se refere à tradicional indulgência
jubilar (n. 22) e a seu desejo de que este Ano Santo seja uma oportunidade para
“viver na vida de cada dia a misericórdia que desde sempre o Pai dispensa até
nós. Neste Jubileu deixemo-nos surpreender por Deus. Ele nunca se cansa de
destravar a porta de seu coração para repetir que nos ama e quer compartilhar
conosco sua vida.
Neste Ano Jubilar a Igreja se converta no eco da
Palavra de Deus, que ressoe forte e decidida como palavra e gesto de perdão, de
suporte, de ajuda, de amor. Nunca se canse de oferecer misericórdia e seja
sempre paciente no confrontar e perdoar. Que a Igreja se faça voz de cada homem
e mulher e repita com confiança e sem descanso: “Recorda-te, Senhor, de tua
misericórdia e de teu amor, que são eternos”.
AS SETE OBRAS CORPORAIS DE MISERICÓRDIA:
- Dar de comer a quem tem fome
- Dar de beber a quem tem sede
- Vestir os nus
- Hospedar os peregrinos
- Visitar os doentes e os presos
- Remir os cativos
- Sepultar os mortos
AS SETE OBRAS ESPIRITUAIS DE MISERICÓRDIA:
- Dar bons conselhos
- Instruir os menos esclarecidos
- Confortar os aflitos
- Corrigir os que erram
- Suportar a fraqueza do próximo
- Perdoar as injurias
- Rezar pelos vivos e pelos mortos
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