Comissão
para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz e coordenadores nacionais
reúnem-se em Brasília
No
primeiro dia do Encontro Nacional dos Coordenadores Nacionais das Pastorais
Sociais, o economista e educador do Instituto Políticas Alternativas para o
Cone Sul (Pacs), Marcos Arruda, fez uma análise de conjuntura mostrando alguns
pontos importantes que refletem diretamente na vida das populações assistidas
pelas Pastorais Sociais. O economista apontou o que deveria ser feito para que
o país consiga sair da crise.
A
reunião, promovida pela Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade,
da Justiça e da Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),
acontece no Centro Cultural de Brasília (CCB), desde ontem, 13, e segue até
quinta-feira, 16 de março. Na pauta do encontro, partilha de atividades e
desafios das Pastorais, reflexões sobre a crise político-econômico-social que o
país vive e a ação das Pastorais Sociais, com estudo do tema “Pastoral Social e
Pastoral de Conjunto”.
Em sua
apresentação, Marcos Arruda considerou que é preciso sair da ilusão de que tudo
está ruim e não tem mais jeito, uma vez que esta frase não representa o que é a
história. “Para ter jeito é preciso que a gente tome nas mãos todos
instrumentos para transformar aquilo que tem que ser transformado. São dois
tipos. Uma é a transformação objetiva, social, política e cultural a outra
subjetiva, a transformação de nós próprios, dos nossos comportamentos. Ser aqui
e agora aquilo que a gente projeta para humanidade. Então, esses são os dois
modos de lidarmos com a transformação”, analisou.
Para o
economista, o primeiro desafio dos cristãos de transformação do cenário atual é
rever as falas do papa Francisco na encíclica Laudato Si’ – sobre o cuidado da
casa comum, e procurar adequá-las às estratégias, pistas de ação e propostas
inovadoras. “Nessa linha, o papa se dirige a toda humanidade que deseja sair
dessa etapa sub-humana a dar um salto de humanização”, ressalta Marcos.
De alguma
forma, toda essa crise que o país enfrenta impacta no trabalho desenvolvido
pelas Pastorais Sociais. Marcos Arruda diz que é preciso saber dividir o que
fazer agora para construir esse outro caminho que é o desejável a longo prazo.
“As pastorais têm uma inserção social muito importante e elas precisam ensinar
a realidade do mundo atual, do Brasil atual. Como ela impacta em nós. Como a
nossa espiritualidade pode deixar de ser morta para ser uma espiritualidade
viva. Eu preciso dar testemunho do Divino em mim, em tudo que eu faço. Eu tenho
que trabalhar com a cruz e a espada, com o amor e a paz, está no evangelho.
Como eu faço isso? Vamos nos ajudar a descobrir uma resposta. Esse e o papel
das pastorais e das Comunidades Eclesiais de Base”, destacou Arruda.
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