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Igreja iniciou nesta Quarta-feira de Cinzas, 1º de março, o Tempo da
Quaresma, ocasião em que se prepara a celebração da Páscoa, centro da fé
católica. No Brasil, este período também é marcado pela Campanha da
Fraternidade (CF), cuja finalidade principal é vivenciar e assumir a
dimensão comunitária e social da Quaresma. A CF ilumina de modo
particular os gestos fundamentais desse tempo litúrgico: a oração, o
jejum e a esmola.
O texto-base da CF
2017, cujo tema é “Fraternidade: Biomas brasileiros e defesa da vida”,
orienta que “as práticas quaresmais da esmola, da oração, do jejum, a
conversão e a Campanha da Fraternidade tornam-se oportunidades de
experimentar a espiritualidade pascal capaz de gerar, ao mesmo tempo, a
conversão pessoal, comunitária e social”.
Para o bispo auxiliar
de Brasília (DF) e secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB), dom Leonardo Ulrich Steiner, a Quaresma é um tempo
precioso da vida da Igreja, das comunidades, mas também da vida pessoal.
“Ele nos leva ao encontro de Jesus crucificado, de ressuscitado, o
Reino plenificado. Por isso a Igreja sempre toma esse tempo como um
tempo precioso, salvífico, de transformação, de conversão. E é neste
tempo que a igreja no Brasil sempre reflete e reza uma realidade”,
explica. Para dom Leonardo, a CF busca sempre uma realidade para que, no
tempo da conversão, “nós também ajudemos a transformar uma realidade,
nos convertamos para essa realidade”.
Em sua mensagem
enviada à CNBB por ocasião da abertura da CF 2017, o papa Francisco
ressaltou que a iniciativa é “um convite a viver com mais consciência e
determinação a espiritualidade pascal”. Para o pontífice, a comunhão na
Páscoa de Jesus Cristo é capaz de suscitar a conversão permanente e
integral, que é, ao mesmo tempo, pessoal, comunitária, social e
ecológica. “Uma pessoa de fé que celebra na Páscoa a vitória da vida
sobre a morte, ao tomar consciência da situação de agressão à criação de
Deus em cada um dos biomas brasileiros, não poderá ficar indiferente”,
alertou Francisco.
O bispo de Livramento
de Nossa Senhora (BA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a
Liturgia da CNBB, dom Armando Bucciol, explica que, desde antigamente a
Igreja dedica um tempo como preparação para que a Páscoa do Senhor seja
devidamente compreendida e vivida: a Quaresma. “Nestes 40 dias, a
igreja toda coloca-se em atitude de escuta da Palavra e à luz dela e
pelo seu incentivo, abre-se para uma maior coerência em sua fidelidade
ao projeto de Jesus”, afirma dom Armando.
Quaresma é tempo forte “para rever a
nossa vida e, eis que a Campanha da Fraternidade se insere dentro deste
processo de conversão”. As temáticas deste ano - biomas, natureza, povos
originários e a encíclica Laudato Si’ do papa Francisco – “nos
incentivam e convidam para que a nossa vida seja mais coerente em
harmonia com o projeto de vida cristã”, observa dom Bucciol.
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