Sex, 05 de Abril de 2013 09:29 por: cnbb
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)
Arcebispo de Uberaba (MG)
O contexto da paixão e da morte de
Jesus na cruz, seguido do fato do sepulcro ter sido encontrado vazio, provocou
uma situação de extrema confusão, de incertezas e expectativa de esperança. Ele
tinha ressuscitado ou não? Era o sentimento que perpassava na mente dos
discípulos, que esperavam um fim diferente para o Mestre.
O melhor intérprete das realidades é o
tempo. Aos poucos Jesus foi confirmando estar vivo, ressuscitado e presente no
meio das comunidades. Ele foi aparecendo em diversas ocasiões na vida dos
discípulos, principalmente quando estavam reunidos. Jesus dá-se a conhecer, mas
Tomé, um dos discípulos, disse que acreditava, vendo.
Tomé não aceitou o testemunho dos
apóstolos, porque não estava presente quando Jesus apareceu para o grupo. A fé
é dom de Deus e fundamentada no mistério da ressurreição. Os apóstolos
testemunharam que o Ressuscitado era o Crucificado, que venceu a morte trazendo
a vida, passando a viver além do tempo e do espaço.
Sendo confirmados na fé, diz a bíblia
que Jesus soprou sobre os discípulos (Jo 20, 22). Com isto estava expressando a
ideia de uma criação renovada. É a vida que surge do sopro de Javé (Gn 2, 7),
dando às pessoas a condição de dignidade humana e divina. É um sopro de vida
que significa missão na construção do Reino de Deus.
A ação dos discípulos, nos primeiros
tempos da Igreja, revela o mistério da presença do Espírito Santo na vida das
comunidades cristãs. Conforme os dizeres do livro dos Atos dos Apóstolos, o
anúncio da Palavra e o testemunho de fé dos cristãos, especialmente dos
apóstolos e dos discípulos, realizavam sinais surpreendentes na vida das
pessoas e das comunidades.
A ressurreição de Jesus inaugurou o
início dos novos tempos, não tendo chegado ainda na sua plenitude. Caminhamos
sob a força da esperança, sendo felizes crendo sem ter visto, porque confiamos
nas testemunhas da ressurreição de Cristo, com quem devemos ter um encontro
pessoal e íntimo através de nossa vida espiritual e convivência no
relacionamento comunitário.
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