Qua, 16
de Outubro de 2013 11:33 cnbb
Dom Fernando Arêas Rifan
Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João
Maria Vianney
Ontem, dia 15, dia de Santa Teresa de Jesus, grande
mestra da vida espiritual, e exatamente por isso, é comemorado o dia do
professor. Deixo aqui consignada a minha saudação e gratidão a todos os que se
dedicam a essa nobre e benemérita carreira, difícil, mas nem sempre reconhecida
e condignamente gratificada. Mais do que uma profissão, educar é uma arte, uma
vocação e uma missão: formar, conduzir crianças, jovens e adultos no caminho da
verdade, sugerindo opiniões conscientes, aconselhando e tornando-se amigos e
irmãos dos seus alunos. Que Deus os abençoe e lhes dê coragem, paciência e
perseverança.
Ser professor é ser educador e mestre.
E ser mestre é muito mais do que ensinar
matérias, como bem escreveu o nosso ilustre poeta Antônio Roberto Fernandes, de
saudosa memória: “Ser mestre não é só contar a história/ de um certo Pedro
Álvares Cabral/ Mas descobrir, de novo, a cada dia, um mundo grande, livre,
fraternal. Ser mestre não é só mostrar nos mapas/ onde se encontra o Pico da
Neblina/ Mas é subir, guiando os alunos,/ à montanha da vida que se empina...
Ser mestre é ser o pai, a mãe, o amigo,/ mostrando sempre a direção da luz,/
pois a palavra Mestre – sobretudo –/ também é um dos nomes de Jesus.”
A melhor definição de educação nós a encontramos no
Direito Canônico, conjunto de normas da Igreja (cânon 795): é a formação
integral da pessoa humana, dirigida ao seu fim último e, ao mesmo tempo, ao bem
comum da sociedade, de modo que as crianças e jovens possam desenvolver
harmonicamente seus dotes físicos, morais e intelectuais, adquirir um sentido
mais perfeito da responsabilidade e um uso correto da liberdade, preparando-se
para participar ativamente da vida social. Que missão nobre, sublime e difícil
a do professor-educador! Indicando aos alunos o sentido da vida, ele vai
ajudá-los a dominar seus instintos e a dirigi-los pela razão, a desenvolver o
conjunto de suas faculdades, a combater as más paixões e desenvolver as boas, a
adquirir o domínio de si e a orientar seus sentimentos, levando em conta as
diversas fases da vida e as características do seu temperamento, formando assim
sua personalidade e seu caráter. Sendo assim, o mestre é cooperador da Graça de
Deus, que, como Pai, só quer o bem dos seus filhos.
Mas, será que vale a pena tanto esforço por tão pouco
reconhecimento e tão pouco salário? “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”
(Fernando Pessoa). Se o professor trabalha por vocação, sentir-se-á
recompensado pelos frutos do seu trabalho, mesmo que não apareçam
imediatamente.
A você, portanto, caro professor e querida
professora, a nossa homenagem por ter recebido de Deus tão nobre e importante
missão e a nossa gratidão reconhecida pelo seu trabalho, que não se mede pela
produção imediata, mas por frutos, muitas vezes escondidos, que só vão aparecer
ao longo da vida e que estarão escritos no livro da eternidade
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