domingo, 20 de outubro de 2013

A oração, a justiça e a missão



Sex, 18 de Outubro de 2013 09:56 cnbb

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)

Neste Domingo nos deparamos com o ensinamento que o Mestre Divino ministra no Evangelho de São Lucas. Na parábola do juiz iníquo são nos apresentadas no exemplo da viúva injustiçada as características da oração que chega ao Pai: perseverante, confiante, grito de justiça, humilde e voltada para o Reino. Neste ano da fé é importante salientar que a oração é a respiração da alma, nossa energia espiritual, fonte de inspirações, e comunhão com Deus.
Por isso Jesus levanta a pergunta: "e o Filho do Homem encontrará fé, quando Ele voltar?" A fé não é um pressuposto precisa ser irrigada diariamente com oração e entrega, oração que leve a conversão e mudanças de vida, pois se ela não transforma as grandes decisões e rumos do nosso projeto ela é mais um desabafo sentimental ou subjetivo que verdadeiro encontro com Deus.
Por outra parte a oração autenticamente cristã nos conduz a pratica da justiça e a missão. A Bíblia que é um genuíno manual de espiritualidade e oração, não apresenta nenhum caso de pessoa que Deus tenha chamado e comunicado sua santa vontade que não tenha se tornado instrumento e mediador de uma missão em relação ao seu povo.
A oração muda o nosso olhar, amplia a nossa visão, nos faz enxergar a miséria, o sofrimento, a injustiça em rostos bem concretos e próximos, e nos faz agir com o coração, a mente e as mãos, iluminando nossos pés na caminhada. A experiência orante vai até as raízes mais profundas do ser alcançando e tocando a nossa interioridade, curando e libertando de feridas, mágoas, ressentimentos e machucados, que nos tiram a alegria e paixão de viver, roubando-nos a esperança, a paz e a serenidade que brota da certeza da fé na nossa filiação divina.
Finalmente, lembrando o tema deste mês missionário: juventude e missão, nossa oração deve ser tornar jovial, isto é, sincera, espontânea, filial, consciente e amorosa. O que agrada a Deus é a ternura, inocência e transparência dos pequeninos que dialogam com Ele a partir da vida, das fragilidades e das limitações próprias da nossa condição humana. Que sejamos missionários da oração, e orantes na missão como Maria Santíssima. Deus seja louvado!

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