Ter, 28
de Maio de 2013 09:20 / Atualizado - Ter, 28 de Maio de 2013 09:23 por: cnbb
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba - SP
Arcebispo de Uberaba - SP
Estamos em tempo de festas juninas. Isto expressa
uma dimensão de alegria, de sociabilidade e de convivência das pessoas. As
entidades religiosas também realizam suas festas neste mês, sintonizadas com o
que professam, aglutinando as pessoas com objetivos que favoreçam sua caminhada
na cultura da fé.
Estamos também no “Ano da Fé”, por convocação do
papa emérito, Bento XVI. Para quem acredita, a fé tem dimensão de vida. Foi o
que aconteceu com um oficial romano, que tinha um empregado doente, em quem
confiava muito, à beira da morte. Ele pediu a Jesus para curá-lo, mas
demonstrando uma atitude de profunda indignidade. Vendo isto, Jesus disse: “Eu
vos declaro que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé” (Lc. 7, 9).
Visualizamos uma profunda mudança na maneira de
entender as pessoas em nosso país nos últimos tempos. A consideração de que a
cultura é “laica” não significa que a maioria dos cidadãos não tenha um
sentimento religioso e uma prática de fé. Identificar “cultura laica” como
falta de fé, é cair em aberrações contra a história.
A fé é aglutinadora e não excludente. Parece que
sentimos hoje um sintoma de que ela é destruidora de uma cultura do bem, que
dificulta a caminhada da pós-modernidade, marcada pelo individualismo.
Acreditar em Deus é ter esperança de que a vida desponta para a eternidade e
confirma a fidelidade à verdade.
Muita gente abandona a fé com muita facilidade. Fé
quase sempre adquirida através dos princípios familiares ou de entidades
religiosas. Não podemos descartar a capacidade de decisão e de liberdade de
cada pessoa, mas também não jogar por terra um sentimento marcado e praticado
no coração humano.
O Evangelho de Jesus Cristo é sempre o mesmo. Às
vezes é trocado por outras práticas que não condizem com os seus ensinamentos.
O resultado pode ser um coração vazio e insensível ao que ocasiona verdadeira
realização. Podemos estar agradando mais aos homens do que a Deus. Todo
endeusamento da pessoa humana é cair em atitudes que não satisfazem sua vida.
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