Qui, 30
de Maio de 2013 00:00 por: cnbb
Dom Pedro Brito Guimarães,
Arcebispo Metropolitano de Palmas (TO)
Arcebispo Metropolitano de Palmas (TO)
O mês de maio pode ser considerado o mês de Palmas
porque além de ser o mês em que se comemora o seu aniversário civil, político e
social, neste mês também se comemora o seu aniversário religioso e católico. A
respeito do seu aniversário civil, social e político, muito se falou e se
comemorou nos últimos dias. Resta-nos ainda homenageá-la em decorrência do
aniversário de instalação de Palmas como arquidiocese.
É preciso fazer festa para esta cidade. Ela
precisa, ela merece. Pode-se atribuir a Palmas o que o salmista atribuiu a
Jerusalém: “Deus habita esta cidade, pois, a fundou para sempre” (Sl 48,9).
Esta expressão faz parte de um salmo de júbilo e de louvor a Deus pela vitória
sobre os inimigos de Jerusalém. O salmista é convicto que esta vitória foi
atribuída à ação de Deus. Ele protege, socorre e enche com sua presença a
cidade e a santifica.
Palmas já nasceu com a marca religiosa e católica
em seu próprio nome, herdado da antiga Comarca de São João de Palma, hoje
Paranã. O grande número de palmeiras, espécie nativa na região, influenciou na
escolha do seu nome. Mas não se pode descartar esta referência religiosa e
católica de Palmas. Coincidência ou não, mas sempre providência divina, foi o
apóstolo são João quem previu, com o olhar de águia e de vidente, a existência
de duas cidades: Babilônia, a cidade corrompida e pecadora, contraposta à Jerusalém,
a cidade redimida e fiel, morada de Deus com seu povo. Babilônia, a grande
cidade, caiu porque se tornou morada do demônio (Ap 18,2), enquanto que a nova
Jerusalém, cidade santa e morada de Deus-com-os-homens permanece, firme e
forte, de pé, vestida como noiva enfeitada para o seu esposo (Ap 21,3).
Palmas está para a cruz como a cruz está para
Palmas. Possui o formato de uma cruz. E no seu registro de nascimento foi
fincada uma cruz de pau brasil. No entanto, como qualquer outra cidade, Palmas
possui as suas lógicas, que segundo o padre Libânio, são as seguintes: “as
lógicas do espaço e do centro, do tempo e do lazer, da pluralidade cultural, da
participação e da mobilização, dos valores, do trabalho e do poder; o impacto
sobre a fé e sob o impacto da fé”. Onde então Deus pode ser encontrado em
Palmas? No Plano Diretor? Na região sul, no Taquaralto e nos Aurenys? Na região
norte, nas Arnos e na Vila União? Na região do Lago ou na região da Serra? Deus
é onipresente, está em todo lugar. Em qualquer lugar em que estivermos,
estaremos na janela da casa do nosso Deus. A presença de Deus não se limita a
um lugar físico, localizado, mas espiritualmente Ele preenche a cidade inteira.
Nada está ausente à sua presença e, de muitas maneiras, Deus é encontrado em
todo lugar que o invocarmos com sinceridade, em espírito e verdade.
Deus está presente em cada pessoa. Cada ser humano
é um sinal luminoso de Deus, pois, foi criado à sua imagem e semelhança. No
entanto, os sinais mais visíveis, através dos quais as pessoas tomam
consciência desta sua presença, são a nossa fé e nossas devoções, as nossas
Igrejas e paróquias, as nossas comunidades e pastorais e as nossas instituições
do serviço e do amor social que cuidam e protegem a vida dos mais pobres,
fracos e indefesos.
O aniversário de uma cidade é como uma ponte que
liga duas margens sobre as águas correntes do presente: a margem do passado e a
margem do futuro. O que olhar mais? Para que margem olhar mais, para o passado
ou para o futuro? Para responder a estas perguntas faço minhas as palavras do
padre Raimundo José, no livro “A cidade Medita”: “Medita cidade! Para, repara,
compara e separa o teu passado, o teu presente e o teu futuro. Separa o que é
bom do que é ruim. Separa o que foi e não deve mais ser. Separa o que está
sendo e não deve continuar. Separa o justo do que é injusto. Separa o
verdadeiro do falso. O que é bom, justo e verdadeiro (...) Para para preparar.
Prepara o que não deve parar. Repara o que deve desenvolver-se. Medita cidade!”
Que presente, afinal, dar a arquidiocese de Palmas
no seu 17º aniversário? O Plano Arquidiocesano de Pastoral, com ações concretas
para cada Prioridade Pastoral - Família, Juventude e Formação - para o triênio
2013-2015.
Parabéns, Palmas! Palmas para Palmas e para Jesus!
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