quinta-feira, 29 de
novembro de 2012 - FONTE - CNBB NE2
Estamos iniciando o ano litúrgico. Mais uma vez acendemos uma vela da
coroa do Advento, mais uma vez nosso coração se enche da esperança de um tempo
novo, mais uma vez lembramos que Jesus nasce, que Cristo vem.
O advento trabalha com a expectativa das duas vindas do Senhor. A
primeira vinda aconteceu na carne, sendo a concretização das esperanças de
Israel, como vemos no texto do profeta Jeremias. Esta primeira vinda ficará
mais evidente próximo do natal. A segunda vinda é na glória, quando acontece o
que a teologia chama de parusia. Nesta ocasião o Senhor voltará vitorioso para
julgar os vivos e os mortos e para implantar o Reino de um modo definitivo e
pleno...
O começo do advento se apoia na expectativa da segunda vinda,
baseando-se nas promessas de Deus. Não é uma espera medrosa, do Dia Terrível,
apesar das imagens utilizadas no Evangelho de Lucas. Esperamos o dia em “que
seremos reunidos à sua direita na comunidade dos justos.” (Oração do Dia). E
isso deve ser motivo de alegria.
Onde está a esperança do mundo? Será que realmente somos animados pela
esperança, que se funda na certeza do mundo novo? A nossa sociedade é marcada
pela desesperança ou desespero. Não existem mais utopias, um por que lutar...
Aí facilmente agente se acomoda ou se desespera. Jesus nos diz: “não fiquem
insensíveis por causa da gula e da embriaguez, enquanto se espera o dia do
Senhor” A pós-modernidade nos diz: “aproveite a vida”, mas oferece algumas
falsas ilusões que destroem a vida e escravizam o ser humano. O advento é o
tempo do resgate da vigilância. Vigiar não é deixar de viver, mas viver com
toda a intensidade e dignidade humana. É viver a vida com a esperança do mundo
novo que começa a aqui e agora.
Testemunhar a esperança significa não se acomodar. São Paulo nos diz que
o amor deve crescer entre nós, que façamos progressos e progressos ainda
maiores. Não somos santos, mas podemos crescer a cada dia. Seria errado
imaginar pessoas prontas, acabadas, santas e imaculadas. Elas não existem, ou
só aparecem excepcionalmente, quando surge uma Teresa de Calcutá (e mesmo ela
não era perfeita e batalhou muito pelo próprio crescimento). Não desejemos a
perfeição de ninguém (nem de nós mesmos), mas não toleremos a apatia de
ninguém, a começar por nós mesmos. E o que nos faz crescer é a esperança do
fim, porque não é uma espera passiva. Trata-se de querer que este mundo novo
aconteça, por isso, esforçamo-nos para construí-lo. O que não colabora com o
crescimento deve ser purificado. Por isso, é tempo de conversão. Não basta
falar que Jesus deve nascer no nosso coração no Natal que se aproxima, se não
encontramos gestos concretos que nos levam a viver de um modo mais humano e
mais cristão.
Pe Roberto Nentwig
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