DIOCESE DE PETROLINA/PE
FESTA:
N. S. DA CONCEIÇÃO
PARÓQUIA:
SÃO PAULO APÓSTOLO
06h30 Ofício Solene da Imaculada Conceição
18h30 Procissão (iniciando na Matriz São Paulo Apóstolo)
19h30 MISSA SOLENE e Festival de Prêmios
"Com Maria Celebramos a alegria de sermos chamados
filhos de Deus!"
PARTICIPE, VENHA E TRAGA SUA FAMÍLIA!
Homilia – Imaculada Conceição de Nossa Senhora
FONTE: CNBB - Bíblia e Catequese
Quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
“Porei
inimizade entre ti e a mulher” (Gn 3,15). O chamado proto-evangelho traz
consigo o prenúncio do protagonismo da Mulher na vitória sobre mal e o
pecado. Ao ser proclamada a plena de graça, Maria é preservada, pelos
méritos de Cristo, de todo o pecado, e traz no seu seio a descendência
santa, o Novo Adão.
A festa de
hoje, um parêntesis neste tempo de Advento, faz-nos meditar sobre a
realidade do pecado. Sim, Maria, que não foi isenta das dificuldades da
vida em sua luta diária, venceu o pecado com o Cristo. Mas, e nós? O que
fazemos diante do assédio que nos assalta dia a dia?
É preciso dizer
que somos herdeiros de uma cultura demasiadamente centrada no pecado e
na culpa. Não é fácil fazer com que os cristãos vivam a profunda alegria
da Boa Nova, com rosto de redimidos e transformados pelo amor de Deus
derramado em seus corações. Isso porque a maioria de nossos fiéis não
sabe lidar bem com a culpa. Acostumamo-nos a medir os atos, a
contabilizar faltas e méritos para conquistar o Céu. E o pobre
confessionário torna-se, não raras vezes, lugares frios onde são
descarregados os pesos de consciência. Precisaríamos nos responsabilizar
mais do que nos culpabilizar. Mais do que buscar uma santidade de vida
ideal, do dia para a noite, numa pretensa luta por uma “pureza de alma”,
deveríamos assumir com coragem nossos erros e crescer passo a passo na
vida de santidade. Sobre este ponto, é oportuno o que nos diz o Papa
Francisco em sua nova Exortação: “Portanto, sem diminuir o valor
evangélico, é preciso acompanhar, com misericórdia e paciência, as
possíveis etapas de crescimento das pessoas, que vão se construindo dia
após dia. Ao sacerdotes lembro que o confessionário não deve ser uma
câmara de tortura, mas o lugar da misericórdia do Senhor que nos
incentiva a praticar o bem possível. Um pequeno passo, no meio das
grandes limitações humanas, pode ser mais agradável a Deus do que a vida
externamente correta de quem transcorre os seus dias sem enfrentar
sérias dificuldades. A todos deve chegar a consolação e o estímulo do
amor salvífico de Deus, que opera misteriosamente em cada pessoa, para
além dos seus defeitos e das suas quedas” (Evangelii Gaudium 44).
É interessante
observar a primeira pergunta feita por Deus ao homem: “Onde estás?” (Gn
3,9). O Senhor não queria saber se Adão estava atrás de uma moita ou
dentro de uma caverna. Não se trata de um lugar geográfico, mas de um
lugar espiritual. Onde estava Adão? Onde nós estamos? Este é o primeiro
passo para que avancemos na vida cristã: saber a nossa real condição,
reconhecer com honestidade os nossos limites, ter um quadro de nossas
circunstâncias... Quem não sabe onde está, certamente não pode saber
para onde vai...
O segundo passo
é saber para onde caminhar, ter um rumo, um mapa de viagem. Esta
referência segura é o Cristo Jesus, pois “em Cristo, Deus nos escolheu,
antes da fundação do mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis
sob o seu olhar, no amor” (Ef 1,4). O texto paulino tem implicações
importantes. Primeiro, nossa conversão não está centrada no pecado: é um
caminho positivo de crescimento rumo a Deus, o mesmo que enviou o seu
Filho para nos elevar e não meramente para nos livrar dos pecados.
Segundo, mais do que fazer lista de pecados e de virtudes, o caminho de
santificação é o discipulado: olhamos para Jesus de Nazaré, percebemos
como este homem pleno viveu sua espiritualidade, fez suas escolhas,
posicionou-se diante das instituições e práticas, relacionou-se com as
pessoas... Então inculturamos sua vida em nossa vida. E aqui, incluímos
outro ser humano como nós, mapa seguro
neste caminho – Maria. E ela vem com a vantagem de ser feminina e mãe,
dando-nos exemplos concretos de como bem viver. Sua vida que antes de um
não ao pecado foi um sim a vontade de Deus: “Faça-se em mim segundo a
tua palavra”. Que esta mãe terna, aquela que gerou no seu seio puro um
homem Todo-Amor, nos ajude a entender que Deus não olha para nós como um
juiz, mas nos quer cada vez mais santos, porque assim seremos mais
felizes. É isso o que mais deseja Nosso Senhor e Nossa Senhora.
Pe Roberto Nentwig
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