Sex, 13
de Dezembro de 2013 14:09 cnbb
Dom Antonio Carlos Rossi Keller
Bispo de Frederico Westphalen(RS)
Bispo de Frederico Westphalen(RS)
Somos conscientes de que temos paixões e
debilidades; o nosso coração perturba-se tantas vezes, a dor e os gemidos, as
preocupações e os desânimos fazem-nos esmorecer e a nossa esperança como que se
esvai. Precisamos ouvir palavras de ânimo e de coragem como as que hoje nos
transmite a Palavra de Deus: «Tende coragem, não temais: Aí está o vosso
Deus... Ele próprio vem salvar-nos»(1ª Leitura, Isaías 35,1-6;10); «Esperai com
paciência a vinda do Senhor»(2ª Leitura, Carta de São Tiago, 5,7-10).
Jesus, ao longo da sua vida pública, aviva e
revigora continuamente a esperança dos seus discípulos. A nossa esperança
de ser santos e de ser eficazes nutre-se da Palavra de Deus, que queremos
meditar e levar à prática. S. Paulo, na carta aos Romanos, recomenda-nos
vivamente: «O Deus da esperança vos encha plenamente de alegria e paz na vossa
fé, a fim de que superabunde em vós a esperança, pela virtude do Espírito
Santo» (Romanos, 15, 13).
Cristo é a nossa esperança. «Nada nos poderá
separar do amor de Deus que está em Cristo Nosso Senhor» (Romanos 8, 38 ss.) A
alegria cristã é fruto da esperança, da fé e da caridade. Deus quer-nos
contentes. S. Paulo, nas suas cartas, não se cansa de repetir-nos:
«Alegrai-vos, sempre, no Senhor. Repito: alegrai-vos» (Antífona de entrada).
A proximidade do Senhor, saber que Ele está perto,
que está para chegar Aquele que nos ama, Aquele a quem amamos, não pode deixar
de inundar-nos com uma grande alegria. A segurança do amor divino, a sua
presença no meio de nós não pode deixar de despertar em nós uma enorme
confiança, um gozo e uma enorme satisfação.
«Se Deus é por nós, quem será contra nós?»(1
Coríntios 8, 31). A alegria é um dos meios que Deus nos dá para fazer o bem.
«Um filho de Deus, um cristão que vive de fé, pode sofrer e chorar, pode estar
cansado e esgotado, pode ter motivos para ter dor: mas para estar triste,
nunca» (S. Josemaria).
Levantemos os olhos para Maria. Ela é «causa da
nossa alegria», não só pelo seu exemplo, mas porque por Ela nos veio Cristo, o
Príncipe da Paz, a Fonte da alegria e da felicidade para todos os homens. Ele é
verdadeiramente a Boa Nova para um mundo novo. Assim cantaram os Anjos na Noite
de Natal.
Somos cristãos e levamos no coração a fé e o amor
de Deus como o maior tesouro que nos podia ser entregue pela graça do nosso
Batismo. Este tesouro não nos foi dado só para nosso benefício. Quando a
amizade é verdadeira, surge a abertura e a confidência: nada é alheio aos
verdadeiros amigos e vem a partilha, a comunicação, a inter-ajuda. A amizade
faz-se apostólica, transforma-se em alegria e a alegria torna-se contagiosa.
Nós cristãos temos conosco o segredo da verdadeira alegria.
Levados pelo Espírito Santo, os cristãos dos
primeiros tempos e os cristãos de todas as épocas, também os dos tempos atuais,
procuram levar por toda aparte o fogo do amor de Cristo que levam no coração.
Os Atos dos Apóstolos, as Epístolas de São Paulo, de São Pedro, de São João
trazem-nos exemplos maravilhosos da intensa atividade apostólica desses nossos
irmãos dos primeiros tempos. Assumamos nós, nos dias de hoje, esta Missão, de
levar a alegria de Cristo ao mundo.
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