“O
Senhor é fiel, não abandona à desolação. Deus ama com um amor sem limites, que
tampouco o pecado pode frear"
© Antoine Mekary / ALETEIA
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Misericórdia e
consolação: duas palavras que nortearam a reflexão do Papa na Audiência geral
da quarta-feira, (16/03), na Praça São Pedro.
Diante de mais de 25
mil fiéis,
Francisco recordou os capítulos 30 e 31 do profeta Jeremias,
conhecidos como “livro da consolação”, no qual “a misericórdia de Deus se
apresenta com toda a sua capacidade de confortar e abrir o coração dos aflitos
à esperança”.
Deus, por meio do
profeta Jeremias, dirige-se aos israelitas exilados em terra estrangeira para
pré-anunciar o retorno à pátria. “O exílio foi uma experiência devastante para
Israel”, afirmou Francisco: a fé de Israel vacilou, sentiu-se abandonado por
Deus e, vendo a pátria destruída, era “difícil continuar a acreditar na bondade
do Senhor”.
“Mas me vem à mente o
pensamento da Albânia e, como depois de tanta perseguição e destruição, o País
conseguiu reerguer-se na dignidade e na fé”, recordou Francisco, que visitou o
país do leste Europeu em setembro de 2014.
“Também nós –
acrescentou o Papa – podemos viver um tipo de exílio quando a solidão, o
sofrimento, a morte nos fazem pensar que fomos abandonados por Deus.
“Quantas vezes
ouvimos essa palavra: Deus se esqueceu de mim. Tantas vezes: pessoas que sofrem
e que se sentem abandonadas”.
Migrantes
Neste ponto, com a
voz embargada porém firme, Francisco citou os migrantes – exilados de hoje –
que vivem uma real e dramática situação, longe de sua pátria, com o olhar
marcado pelas ruínas das suas casas, com o coração cheio de medo e a dor da
perda dos entes queridos!
“Quantos tentam
chegar em outros lugares e lhes fecham as portas. E estão ali na fronteira,
porque tantas portas e tantos corações estão fechados. Os migrantes de hoje que
sofrem, que sofrem a céu aberto, sem alimento, e não podem entrar, não sentem a
acolhida. Como gosto quando vejo as nações, os governantes que abrem o coração
e abrem as portas”.
O Papa então voltou
ao “livro da consolação” para afirmar que Deus não está ausente e não se deve
ceder ao desespero: “o Senhor secará todas as lágrimas e nos libertará de todos
os temores”.
“O Senhor é fiel, não
abandona à desolação. Deus ama com um amor sem limites, que tampouco o pecado
pode frear, e graças a Ele o coração do homem se enche de alegria e de
consolação”, afirmou o Francisco, que concluiu:
“O verdadeiro e
radical retorno do exílio e a confortante luz após a escuridão da crise de fé,
acontece na Páscoa, na experiência cheia e definitiva do amor de Deus, amor
misericordioso que doa alegria, paz e vida eterna”.
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