Do tesouro inesgotável da fé católica
© Jacques COUSIN/CIRIC
“Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos” (cf. Lc 11, 1c).
“A oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao
céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da
alegria” (Sta. Teresa do Menino Jesus).
“A oração é a elevação da alma a Deus ou o pedido a Deus dos bens convenientes” (São João Damasceno).
A oração é um dom de Deus, onde Ele quer estabelecer uma profunda e
íntima comunhão com o ser humano, pode se dizer que é uma graça
concedida pelo próprio Deus. E para que esta oração, que é um diálogo
com Deus, aconteça é necessário o dom da fé. Em Hb 11, 6, diz que: “sem
fé é impossível agradar a Deus, pois para se achegar a ele é necessário
que se creia primeiro que ele existe e que recompensa os que o
procuram.”
A oração nos torna amigos de Deus. Por isso, a oração e as suas
práticas não podem se tornar um peso, mas deve trazer um desejo pelo
divino.
“A oração, quer saibamos ou não, é o encontro entre a sede de
Deus e a nossa. Deus tem sede de que nós tenhamos sede dele” (Sto.
Agostinho).
Estamos num mundo que tenta nos fazer olhar para a Terra e não para
as realidades celestiais. A oração é o caminho que nos faz lançar o
olhar para as coisas do Alto. Quem deseja encontrar o Amor de Deus deve
percorrer o caminho da oração, da experiência do encontro pessoal com
Jesus. Este processo acontecerá a partir da fé.
Há diversas formas de Oração:
Oração de súplica
O vocabulário referente à súplica tem muitos matizes no Novo
Testamento: pedir, implorar, suplicar com insistência, invocar, clamar,
gritar e mesmo “lutar na oração”. Mas sua forma mais habitual, por ser a
mais espontânea, é o pedido: é pela oração de súplica que exprimimos a
consciência de nossa relação com Deus: como criaturas, não somos nem
nossa origem, nem senhores das adversidades, nem nosso fim último. Mas,
como pecadores, sabemos, na qualidade de cristãos, que nos afastamos de
nosso Pai. O pedido já é uma volta para Ele.
Oração de intercessão
A intercessão é uma oração de pedido que nos conforma de perto com a
oração de Jesus. Ele é o único Intercessor junto do Pai em favor de
todos os homens, dos pecadores, sobretudo. Interceder, pedir em favor de
outro, desde Abraão, é próprio de um coração que está em consonância
com a misericórdia de Deus. No tempo da Igreja, a intercessão cristã
participa da de Cristo; é a expressão da comunhão dos santos. Na
intercessão, aquele que ora “não procura seus próprios interesses, mas
pensa sobretudo nos dos outros” (cf. Fl 2,4) e reza mesmo por aqueles
que lhe fazem mal.
Oração de louvor
O louvor é a forma de oração que reconhece o mais imediatamente
possível que Deus é Deus! Canta-o pelo que Ele mesmo é, dá-lhe glória,
mais do que pelo que Ele faz, por aquilo que Ele É. A Eucaristia contém e
exprime todas as formas de oração. É “a oferenda pura” de todo o Corpo
de Cristo “para a glória de seu Nome”; segundo as tradições do Oriente e
do Ocidente, ela é “o sacrifício de louvor”.
“Não existe outro caminho da oração cristã senão Cristo. Seja a nossa
oração comunitária ou pessoal, vocal ou interior, ela só tem acesso ao
Pai se orarmos “em nome” de Jesus.”
2º. A EUCARISTIA
A Eucaristia é fonte e ápice de toda a vida cristã. Os demais
sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e tarefas
apostólicas, se ligam à sagrada Eucaristia e a ela se ordenam. Pois a
santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o
próprio Cristo, nossa Páscoa. Pela celebração Eucarística nós nos
unimos à liturgia do céu e antecipamos a vida eterna, quando Deus será
tudo em todos (cf. ICor 15,28).
Encontram-se no cerne da celebração da Eucaristia o pão e o vinho, os
quais, pelas palavras de Cristo e pela invocação do Espírito Santo, se
tornam o Corpo e o Sangue de Cristo. Fiel à ordem do Senhor, a Igreja
continua fazendo, em sua memória, até a sua volta gloriosa, o que ele
fez na véspera de sua paixão: “Tomou o pão…” “Tomou o cálice cheio de
vinho…”
A presença do verdadeiro Corpo de Cristo e do verdadeiro Sangue de
Cristo neste sacramento não se pode descobrir pelos sentidos, diz São
Tomás, mas só com fé, baseada na autoridade de Deus.
O Senhor nos convida insistentemente a recebê-lo no sacramento da
Eucaristia: “Em verdade, em verdade, vos digo: ‘se não comerdes a Carne
do Filho do homem e não beberdes o seu Sangue, não tereis a vida em vós’
(cf. Jo 6,53).
Um dos frutos da Comunhão Eucarística são:
– Aumenta a nossa união com Cristo. Receber a Eucaristia na comunhão
traz como fruto principal a união íntima com Cristo Jesus. Pois o Senhor
diz: “Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue permanece em mim e eu
nele” (cf. Jo 6,56).
– Separa-nos do pecado. Como o alimento corporal serve para restaurar
a perda das forças, a Eucaristia fortalece a caridade que, na vida
diária, tende a arrefecer; e esta caridade vivificada apaga os pecados
veniais. Pela mesma caridade que acende em nós, a Eucaristia nos
preserva dos pecados mortais futuros.
Quanto mais participarmos da vida
de Cristo e quanto mais progredirmos em sua amizade, tanto mais difícil
de ele separar-nos pelo pecado mortal.
3º. A SAGRADA ESCRITURA
Na Sagrada Escritura, a Igreja encontra incessantemente seu alimento e
sua força, pois nela não acolhe somente uma palavra humana, mas o que
ela é realmente: a Palavra de Deus.
Os livros sagrados não devem ser apenas um livro de leitura ou
somente para um conhecimento intelectual, mas sim um livro para rezar e
meditar os mistérios revelados por Deus a cada um de nós.
Aqueles que desejam conhecer mais profundamente a Deus, deve ter a
Bíblia sagrada como um grande meio para se chegar ao conhecimento do
Amor de Deus.
A Sagrada Escritura é uma grande arma espiritual para derrubar as forças de Satanás.
4º. O ROSÁRIO DA VIRGEM MARIA
A Virgem Maria é reconhecida e honrada como a verdadeira Mãe de Deus e
do Redentor. Ela é também verdadeiramente Mãe dos membros de Cristo,
porque cooperou pela caridade para que na Igreja nascessem os fiéis que
são os membros desta Cabeça.
O Rosário, de fato, ainda que caracterizado por sua fisionomia
mariana, em seu âmago é oração cristológica. Com ele, o povo cristão
frequenta a escola de Maria para deixar-se introduzir na contemplação da
beleza do rosto de Cristo e na experiência da profundidade de seu amor.
Mediante o Rosário, o cristão alcança a graça em abundância, como se a
recebesse das próprias mãos da Mãe do Redentor.
Todo católico deve estar na “escola” de Maria, pois Ela nos apresenta
a grande Verdade que é Jesus Cristo, o seu Filho. Aqueles que tem a
Virgem Maria como sua Mãe, tem uma grande intercessora em todos os
momentos difíceis da vida terrena.
Maria Santíssima nos leva para os braços de Seu Filho Jesus.
5º. O JEJUM
A abstinência e o jejum são formas de penitência interior. Este tipo
de penitência nos ajuda a dominar as nossas paixões carnais, que muitas
vezes nos conduzem ao pecado.
O jejum na Igreja Católica é obrigatório na quarta-feira de cinzas e
na sexta-feira santa. Fora esses dias, o católico pode fazer jejum
quando quiser e achar necessário. O jejum é deixar de fazer uma refeição
no dia (almoço ou jantar).
A abstinência de carne, o fiel católico a partir dos 14 anos de idade
deve abster-se de comer carne (e seus derivados) na Quarta-feira de
cinzas, na Sexta-feira Santa (da Paixão) e em todas as sextas-feiras do
ano (salvo se for dia de solenidade);
O jejum, o fiel católico a partir dos 18 anos até 59 anos de idade
deve deixar de fazer uma refeição no dia – devendo ser o almoço ou o
jantar, na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira da Paixão.
Do sacerdote salvista Pe. Wendel, através do blog Rumo à Santidade
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