A Família, Pequena
Igreja Doméstica, temática abordada desde os primórdios nos documentos da
Igreja Católica e tão bem acentuada na Exortação
Apostólica Familiaris Consortio de São João Paulo II, é tema do Sínodo
dos Bispos e Catequese Permanente do Papa Francisco, a qual vem sendo dedicada com
muito zelo em suas Catequeses semanais. E, ultimamente, especialmente sobre os
casais de segunda união, nos fala e exorta sob o olhar do BOM PASTOR em sua
Exortação Apostólica Evangelli Gaudium: “A
Igreja […] é a casa paterna onde há lugar para cada um com a sua vida difícil”
(Exort. Ap. Evangelii gaudium, n. 47).
Na Diocese de Petrolina, não só a
exemplo da Paróquia São Paulo Apóstolo, onde há o Grupo de Casais Bom Pastor, constituído por casais de
segunda união, cujas famílias passaram pela dolorida experiência do fracasso
matrimonial, e buscam viver pastoralmente as orientações da Igreja, procurando
orientar sua prole na educação de fé das crianças, jovens e adultos, mas, também
os “pais feridos” se envolverem na vida comunitária, coordenando pastorais,
grupos e movimentos.
Recentemente, o Grupo Bom Pastor,
segundo informações do Senhor Delúsio Coelho, convocou uma reunião com o
Administrador Paroquial, o Pe. Antonio Malan de Carvalho, para esclarecer
algumas dúvidas do pós Sínodo aos integrantes do grupo, os quais estiveram
reunidos na Capela N. S. da Imaculada Conceição, COHAB II, às quais
apresentamos:
1.
O Pe. Malan falou da desburocratização do Processo de Nulidade Matrimonial,
o qual atualmente é julgado pelos próprios bispos diocesanos, diminuindo assim
o tempo e os custos, dentro do processo, e, que o Casamento Matrimonial é indissolúvel,
porém por algum dos erros de consentimento entre as partes, pode ser declarado
nulo pela Igreja conforme o Código de Direito Canônico.
·
Assinalamos
aqui, o que diz o Código de Direito Canônico: Cân.
1056: As propriedades essenciais do matrimônio são a unidade
e a indissolubilidade que, no matrimônio cristão, recebem firmeza especial em
virtude do sacramento.
2.
Falou-nos também da comunhão dentro da Celebração
Eucarística, que sempre se dá no TODO da celebração, assim, mesmo os casais e
as demais pessoas "impossibilitadas" de comungar, não sofrem perdas,
pois estando inseridas no contexto celebrativo, são declaradas participantes da
Comunhão.
·
Com
muito zelo, Santo
Agostinho afirmava que, por mais que estivéssemos purificados de nossos
pecados, quem é digno de tão grande mistério: aproximar-se da mesa eucarística?
É a misericórdia de Deus e o poder do Seu amor, derramado sobre nós neste único
sacrifício, a cruz e a Eucaristia, que nos tornam dignos, convidados e amados,
alimentados e salvos.
·
“Felizes
os convidados para a “Ceia do Senhor: Eis o Cordeiro de Deus que tira o
pecado do mundo. Senhor, eu não sou digno
de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo".
3.
Na continuidade, falou-se também que, se ainda nos
grandes avanços da Igreja nos últimos anos e da esperança que, a cada ano, vem
aumentando em relação a uma possível comunhão dos casais de segunda união,
porém que estejamos sempre em unidade com a Igreja, para não sofrermos com a
desobediência e não termos que quebrar
esse vínculo eucarístico.
·
Eucaristia
diz respeito às experiências de amor e fé; fomos amados pela entrega de Cristo
e cremos na Sua Palavra: “Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue permanece
em mim e eu nele” (Jo 6, 53.86).
·
Com
maestria disse Santo Tomás de Aquino: “A presença do verdadeiro Corpo de Cristo
e do verdadeiro Sangue de Cristo neste sacramento não se pode descobrir pelos
sentidos, mas só com a fé, baseada na autoridade de Deus” (CIC, 1381).
4.
Por fim, foi pensada em uma forma de os casais e
demais pessoas que não podem comungar se aproximarem de Jesus Eucarístico na
hora da Comunhão, ficando o grupo de se reunir posteriormente para viabilizar
ou não esse momento dentro da Celebração Eucarística, sob a orientação do
Sacerdote.
5.
Ademais, o padre se colocou a disposição do grupo
para dirimir quaisquer orientações acerca dos anseios, necessidades ou dúvidas
que possamos ter.
Um agradecimento final de ambas as partes e uma
oração marcou o fim da reunião, concluiu Delúsio Coelho, membro do Grupo Bom
Pastor/PSP.
Wilson
Alencar/PASCOM – Pastoral da Comunicação-PSP
Papa: casais de segunda
união fazem parte da Igreja
Quarta-feira,
5 de agosto de 2015
Papa retomou hoje as catequeses e segue no
ciclo de reflexões sobre a família. O tema de hoje foram as “famílias feridas”,
em especial os casais de segunda união
Da Redação com informações do Vaticano
Papa Francisco dedica catequese aos casais de
segunda união / Foto: Reprodução CTV
Após um mês de pausa, o Papa Francisco retomou,
nesta quarta-feira, 5, na Sala Paulo VI, as tradicionais catequeses com os
fiéis. Seguindo no ciclo de reflexões sobre família, ele se dedicou às
“famílias feridas”, citando em especial os casais de segunda união.
Francisco falou sobre como é possível ajudar os
casais que fracassaram no casamento e partiram para uma segunda união,
enfatizando que eles continuam fazendo parte da Igreja. “Essas pessoas não
foram absolutamente excomungadas – não foram excomungadas – e não devem
absolutamente ser tratadas como tal: elas fazem sempre parte da Igreja”, disse
o Papa.
Embora consciente de que a separação contradiz o
sacramento cristão, o olhar da Igreja para essa situação parte sempre de um
coração de mãe, buscando o bem e a salvação das pessoas. Ao observar as
segundas uniões a partir da percepção dos filhos – que segundo o Papa são os
que mais sofrem com a separação – é ainda mais urgente que as comunidades
acolham as pessoas que passam por tais situações.
“Como poderíamos recomendar a esses pais que façam
tudo para educar os filhos à vida cristã, dando a eles exemplo de uma fé
convicta e vivida, se os mantivéssemos longe da vida da comunidade? (…) Não
devemos adicionar outros pesos além daqueles que os filhos, nessas situações,
já devem carregar”.
Diante dessas realidades, a Igreja não ficou
“insensível” e “preguiçosa”, disse o Papa. Ele mencionou que, graças ao
aprofundamento realizado pelos pastores, cresceu a consciência sobre a
necessidade de um acolhimento fraterno e atento aos batizados que se separaram
e estabeleceram uma nova convivência.
“Todos os cristãos são chamados a imitar o Bom
Pastor. Sobretudo, as famílias cristãs podem colaborar com Ele cuidando das
famílias feridas, acompanhando-as na vida de fé da comunidade”.
Fonte:
Catequese do Papa Francisco
sobre casais de segunda união
quarta-feira,
5 de agosto de 2015, 13h17
Sala Paulo VI – Vaticano
Quarta-feira, 5 de agosto de 2015
Boletim
da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Tradução: Jéssica Marçal
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Com esta catequese retomamos a nossa reflexão sobre
família. Depois de ter falado, da última vez, das famílias feridas por causa da
incompreensão dos cônjuges, hoje gostaria de parar a nossa atenção sobre outra
realidade: como cuidar daqueles que, após o fracasso irreversível do seu laço
matrimonial, assumiram uma nova união.
A Igreja sabe bem que tal situação contradiz o
sacramento cristão. Todavia, o seu olhar de mestre parte sempre de um coração
de mãe; um coração que, animado pelo Espírito Santo, busca sempre o bem e a
salvação das pessoas. Eis porque sente o dever, “por amor da verdade”, de “bem
discernir as situações”. Assim se expressava São João Paulo II, na Exortação
Apostólica Familiaris consortio (n.84), levando como exemplo a diferença entre
quem sofreu a separação e quem a provocou. É preciso fazer esse discernimento.
Se depois olhamos também para estes novos laços com
os olhos dos filhos pequenos – e os pequenos olham – com os olhos das crianças,
vemos ainda mais a urgência de desenvolver nas nossas comunidades um
acolhimento real para com as pessoas que vivem tais situações. Por isso, é
importante que o estilo da comunidade, a sua linguagem, as suas atitudes,
estejam sempre atentas às pessoas, a partir dos pequenos. Eles são aqueles que
sofrem mais, nestas situações. De resto, como podemos recomendar a estes pais
que façam de tudo para educar os filhos à vida cristã, dando a eles o exemplo
de uma fé convicta e praticada, se os mantemos à distância da vida da
comunidade, como se fossem excomungados? Deve-se certificar de não atribuir
outros pesos àqueles que os filhos, nestas situações, já estão tendo que
carregar! Infelizmente, o número destas crianças é realmente grande. É
importante que elas sintam a Igreja como mãe atenta a todos, sempre disposta à
escuta e ao encontro.
Nestas décadas, em verdade, a Igreja não ficou
insensível nem preguiçosa. Graças ao aprofundamento realizado por pastores,
guiados e confirmados por meus predecessores, cresceu muito a consciência de
que é necessário um fraterno e atento acolhimento, no amor e na verdade, para
com os batizados que estabeleceram uma nova convivência depois do fracasso do
matrimônio sacramental; de fato, estas pessoas não foram excomungadas: não são
excomungadas! E não devem absolutamente ser tratadas como tal: elas fazem
sempre parte da Igreja.
Papa Bento XVI interveio sobre tal questão,
solicitando uma atitude de discernimento e um sábio acompanhamento pastoral,
sabendo que não existem “receitas simples” (Discurso no VII Encontro Mundial
das Famílias, Milão, 2 de junho de 2012, resposta n.5).
Daqui o repetido convite aos pastores a manifestar
abertamente e coerentemente a disponibilidade da comunidade em acolhê-los e a
encorajá-los, para que vivam e desenvolvam sempre a sua pertença a Cristo e à
Igreja com a oração, a escuta da Palavra de Deus, com a frequência à liturgia,
com a educação cristã dos filhos, com a caridade e o serviço aos pobres, com o
empenho para a justiça e a paz.
O ícone bíblico do Bom Pastor (Jo 10, 11-18) resume
a missão que Jesus recebeu do Pai: aquela de dar a vida pelas ovelhas. Tal
atitude é um modelo também para a Igreja, que acolhe os seus filhos como uma
mãe que doa a sua vida por eles. “A Igreja é chamada a ser sempre a casa aberta
do Pai […]” – Nada de portas fechadas! Nada de portas fechadas! – “Todos podem
participar de alguma forma da vida eclesial, todos podem fazer parte da
comunidade. A Igreja […] é a casa paterna onde há lugar para cada um com a sua
vida difícil” (Exort. Ap. Evangelii gaudium, n. 47).
Do mesmo modo, todos os cristãos são chamados a
imitar o Bom Pastor. Sobretudo as famílias cristãs podem colaborar com Ele
cuidando das famílias feridas, acompanhando-as na vida de fé da comunidade.
Cada um faça a sua parte em assumir a atitude do Bom Pastor, que conhece cada
uma das suas ovelhas e nenhuma exclui do seu infinito amor!
Nenhum comentário:
Postar um comentário