Papa dá orientações sobre como melhorar o convívio em casa e ser uma família plena
Antoine Mekary - Aleteia
O
convívio familiar foi o tema da Audiência Geral desta quarta-feira (11/11) do
Papa Francisco. Cerca de 20 mil fiéis e peregrinos compareceram na Praça
S. Pedro.
O convívio, a partilha dos bens da vida, explicou Francisco, é uma característica das relações familiares.
A família
reunida ao redor da mesa é um símbolo, um ícone, desta experiência fundamental.
“Uma
família que quase nunca faz junta as refeições, ou que à mesa não
fala, mas assiste à televisão, ou olha o celular, é uma família ‘pouco
família’. “Significa que há algum problema.” “É o silêncio do egoísmo”, disse.
Neste
sentido, recordou o Pontífice, o Cristianismo possui uma vocação especial a
esta índole convivial. Jesus, além ensinar quando se encontrava à mesa, também
usava esta imagem para falar do Reino de Deus; aliás, foi na mesa da última
Ceia que Ele nos deixou a Eucaristia como testamento do seu Sacrifício na Cruz.
Nos dias
de hoje, em que vemos as famílias sempre menos reunidas, advertiu o Papa, a
passagem da mesa da família à mesa da Eucaristia é ainda mais importante. Na
Missa, o Senhor oferece o seu Corpo e Sangue para todos, fazendo que a própria
experiência do convívio familiar se abra a uma experiência de uma convivência
universal: assim a família cristã mostra o seu verdadeiro horizonte, que é o da
Igreja, Mãe de todos os homens, onde não existem excluídos nem abandonados.
Até
ontem, recordou, bastava uma única mãe para cuidar das crianças no pátio,
porque os filhos eram considerados um bem de toda a comunidade.
Hoje,
acrescentou o Pontífice, muitos contextos sociais põem obstáculos ao convívio
familiar. “Devemos encontrar o modo para recuperá-lo”, pois “parece que se
tornou uma coisa que se compra e vende”, disse o Papa.
Todavia,
notou o Papa, o nutrimento nem sempre é o símbolo de uma justa compartilha dos
bens, capaz de alcançar quem não tem nem pão nem afetos. E advertiu para a
opulência dos países ricos diante dos demasiados irmãos e irmãs que permanecem
fora da mesa. “É uma vergonha”, reiterou o Papa.
“Rezemos
para que este convívio familiar possa crescer e amadurecer no tempo de graça do
próximo Jubileu da Misericórdia”, concluiu Francisco.
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