O valor missionário e transformador da penitência
FONTE: CNBB
(Sexta, 14 Março 2014 16:08)
Dom Roberto Francisco Ferreria
Paz
Bispo Diocesano de Campos (RJ)
Bispo Diocesano de Campos (RJ)
O espírito de penitência que anima e inspira a
Quaresma como tempo de preparação para a Páscoa é profundamente dinâmico e
frutuoso, impulsionando a missão evangelizadora da Igreja. Este processo se verifica
numa conversão para fora, deixando o egocentrismo e o individualismo do homem
velho, para abrir o nosso coração para Deus e para os irmãos.
Também porque mortificando e purificando nossos
desejos e apegos, assumimos atitudes solidárias, investindo na sobriedade e na
partilha dos bens. As práticas do jejum, da oração e da doação, nos capacitam
para enxergar o sofrimento e a dor alheia, vivenciando a compaixão e o
comprometimento para com os crucificados de hoje. Mais a penitência nos
aproxima da paixão e da Cruz salvadora, seguindo a Cristo servo e obediente ao
projeto do Pai com autenticidade e determinação.
A grande armadilha espiritual do mundo de hoje é
querer um cristianismo sem Cruz, complacente e genérico, com amenidades e
distrações agradáveis e palatares para consumidores de religião. Um
cristianismo light que não fale de pecado, de injustiças e de pobres, que seja
conivente com a exploração e a corrupção, pois, afinal ninguém é de ferro. Tal
proposta seria sem duvida uma caricatura de mal gosto, que terminaria por
tornar insosso e insípido a força do Evangelho, aguando o vinho novo da
conversão e santidade de vida.
A penitencia benfazeja como mestra da vida, vem
nos entusiasmar com a renovação total dos nossos propósitos e atitudes, para tratar
de ser e viver a santidade hoje, transparecendo o amor radical de Cristo. O
verdadeiro cristão só tem um medo na sua vida, deixar que Cristo passe bem
perto de nós e como diz Santo Agostinho, não sejamos capazes de
desvencilhar-nos das coisas para segui-lo. Nesta linha de aprimorar a nossa
conversão quaresmal, o Conselho Pontifício da Nova Evangelização, propôs que as
Igrejas (pelo menos uma por Diocese) ficassem abertas 24 horas no dia 28 de
março até as 17 horas do dia seguinte, para que as pessoas possam fazer sua
confissão, preparando-se para a Páscoa. Deus seja louvado!
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